A Direção Executiva do SNS anunciou recentemente a criação de quatro novas Unidades Locais de Saúde (ULS), EPE, afirmando que este modelo permitirá obter «relevantes ganhos em saúde, através da otimização e integração de cuidados, da proximidade assistencial, da autonomia de gestão, do reforço dos cuidados de saúde primários, sempre com o foco nos utentes», ignorando os estudos realizados que verificaram um elevado número de queixas, aumento da recorrência ao serviço de urgência, aumento dos tempos de internamento e dos custos com medicamentos e aumento das listas de espera.
O modelo organizacional das ULS, EPE nada mais é do que a integração vertical dos cuidados de saúde primários e hospitalares num único conselho de administração, coartando a importante autonomia financeira dos diferentes modelos de organização, e à margem da real integração de cuidados, centrados em pessoas. Além de excluir os cuidados continuados e paliativos, secundariza os cuidados de saúde primários, a prevenção da doença e a promoção da saúde, perpetuando a cultura hospitalocêntrica.
As ULS, EPE também não constituem resposta aos problemas basilares do SNS – falta de médicos, afluência excessiva aos serviços de urgência ou listas de espera para cirurgias e consultas hospitalares.
Em contraponto às ULS, EPE, os Sistemas Locais de Saúde (SLS), consagrados no Estatuto do SNS, constituem «estruturas de participação e desenvolvimento da colaboração das instituições que, numa determinada área geográfica, realizam atividades que contribuem para a melhoria da saúde das populações e para a redução das desigualdades em saúde», e que «visam contribuir para a obtenção de ganhos em saúde da população numa lógica de proximidade e trabalho em rede, de integração de cuidados e de foco na melhoria do bem-estar das pessoas».
A FNAM defende uma política de saúde que se baseie na prestação de cuidados de saúde integrados centrados em pessoas e não na conglomeração em serviços, que inclui:«
- A capacitação e decorrente participação qualificada da comunidade mediante programas de intervenção em literacia em saúde e promoção da decisão partilhada, assente na criação de SLS;
- Uma governação inclusiva e transparente, com políticas de saúde adequadas à população em particular que inclui, invariavelmente, uma governação clínica, liderada por médicos, e uma verdadeira responsabilização dos gestores;
- Uma reorientação do modelo de cuidados, que permita uma prestação mais eficiente, com priorização dos cuidados de saúde primários e na comunidade;
- A coordenação dos serviços em todos os sectores, com desenvolvimento de sistemas de referenciação e ênfase nos determinantes sociais de saúde;
- A criação de um ambiente propício para a mudança, que envolva liderança e uma política gestionária, sistemas de informação, metodologias para melhorar a qualidade, capacitação dos profissionais de saúde, mudanças legislativas e financiamento.
O SLS é a estrutura cujo conceito remete para o ponto de encontro de todos os atores que integram a promoção da saúde, permitindo majorar a utilização dos recursos, evitando o desperdício e colocando os meios onde eles são efetivamente mais necessários, assim como obter os melhores resultados em saúde através da efetiva integração de todos os níveis de cuidados, como sejam as atividades de promoção da saúde e de prevenção da doença, os cuidados de saúde primários, os cuidados hospitalares, os cuidados continuados e paliativos e o apoio social e comunitário de doentes e famílias.
Assim, a FNAM exprime o seu repúdio pela criação de novas ULS, EPE, em prejuízo de um verdadeiro investimento no SNS, investimento esse que deverá assentar na garantia do acesso universal aos cuidados de saúde primários, e que, no presente assenta na implementação dos SLS.
O Conselho Nacional da FNAM
À revelia das negociações com os sindicatos médicos, o Governo anunciou um verdadeiro engodo – o programa «Mais Médicos» –, dando a ideia errada que vamos passar a ter mais médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Para a FNAM, os médicos apenas se fixam no SNS se virem os seus salários atualizados – e é aqui que o Governo se deveria concentrar.
Na verdade, o que está aqui em causa é apenas a valorização salarial e a garantia de habitação para alguns médicos internos em algumas das zonas carenciadas do país – Bragança, Guarda, Covilhã, Castelo Branco, Portalegre, Santiago do Cacém e Beja. Assim, o Governo deixa de fora médicos internos e especialistas de todo o país, nomeadamente de outras zonas fortemente carenciadas – como as regiões do Tâmega e Sousa, de Aveiro, de Lisboa e Vale do Tejo ou do Algarve.
A FNAM não desvaloriza os problemas da interioridade em Portugal, que prejudica o acesso da população do interior a serviços públicos de qualidade. No entanto, sem medidas transversais, que valorizem os médicos e o seu trabalho, que melhorem consideravelmente as suas precárias condições de trabalho, a situação de fragilidade do SNS, de Norte a Sul e do litoral ao interior, não poderá ser revertida.
Esta medida avulsa não prevê, pelo que foi até agora anunciado, uma melhoria das condições de trabalho após o fim do interno médico. O que podem esperar estes médicos internos após concluírem o internato é a mesma falta de condições de trabalho e a mesma desvalorização salarial de todos os médicos especialistas do SNS.
Na prática, esta medida também não resolve o problema da falta de médicos, por os médicos internos não substituírem médicos especialistas. Os médicos internos devem também ver a sua formação especializada respeitada, em locais com idoneidade formativa, apenas possível se existirem médicos especialistas.
É inaceitável que o Governo ande a protelar as negociações das grelhas salariais enquanto o Ministro da Saúde e a Direção Executiva do SNS anunciem, todas as semanas, medidas avulsas e paliativas, que conflituam com os direitos laborais dos médicos, à revelia da mesa negocial em curso, e que não resolvem os graves problemas que enfrentamos.
O Ministro da Saúde anunciou, à revelia das organizações representativas dos médicos, uma alteração substancial ao formato de concurso de colocação de novos especialistas nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A FNAM interpreta esta decisão unilateral como uma ameaça ao processo negocial em curso.
A solução apresentada altera significativamente o modelo de concurso de provimento para os recém-especialistas, com a justificação de uma pretensa celeridade dos processos e do aumento da capacidade de fixação de médicos no SNS.
A opção por concursos institucionais, em que o número de vagas e a escolha dos candidatos ficarão dependentes apenas do critério de cada instituição e da sua capacidade financeira, irá conduzir ao predomínio dos interesses locais sobre as necessidades do todo nacional, acentuando as desigualdades entre regiões.
Além disso, esta proposta irá estabelecer desigualdades entre os candidatos e as instituições. No primeiro caso, porque os critérios de seleção aplicados serão diferentes, permitindo os favoritismos, e, no segundo caso, porque as instituições com maiores orçamentos terão uma maior capacidade de contratação, em detrimento de outras que terão menor capacidade de recrutamento.
A FNAM relembra que o atual modelo de concurso foi instituído exatamente com a mesma fundamentação da nova proposta do Ministro da Saúde, tendo redundado no atual fracasso, pelo que desde há muito a FNAM tem pedido a sua alteração.
A FNAM defende que o concurso de ingresso na carreira médica, que reveste uma fundamental importância para garantir o normal funcionamento e a sustentabilidade do SNS – e também para o concretizar das aspirações dos recém-especialistas –, deve manter um caracter nacional e harmonizar as necessidades assistenciais das várias regiões do país com a equidade e justiça do processo de seleção dos candidatos.
Deste modo, a FNAM repudia a forma como o Ministro da Saúde fez este anúncio e a proposta que divulgou, alterando o modelo do concurso de acesso e colocação na Carreira Médica, que é uma matéria também de índole laboral, sem ouvir os Sindicatos Médicos como era sua obrigação.
A reorganização das urgências de Ginecologia e Obstetrícia, na região de Lisboa e Vale do Tejo, e das urgências de Psiquiatria, a nível nacional, confronta-se com os direitos laborais dos médicos, que têm de ser respeitados, e afasta o Serviço Nacional de Saúde (SNS) dos utentes, nomeadamente a nível dos cuidados materno-infantis e da saúde mental.
A FNAM compreende a necessidade de reorganizar serviços, mas considera incompreensível que estas mudanças sejam implementadas pela Direção Executiva do SNS (DE-SNS) à revelia dos sindicatos médicos, quando estão em causa condições laborais.
A DE-SNS prevê que os hospitais partilhem os recursos para garantir o funcionamento dos serviços, o que implica a deslocação e prestação de trabalho em instituições diversas daquelas a que os médicos estão vinculados e em concelhos diferentes.
Os médicos não podem ser obrigados a deslocarem-se para serviços que não são os seus e com o qual não têm qualquer vínculo, tendo que concordar, de forma voluntária, com essa deslocação.
A FNAM relembra que os aspetos relativos ao local de trabalho dos médicos estão consagrados na regulamentação coletiva de trabalho médico em vigor, independentemente do regime contratual de cada médico (contrato individual de trabalho ou contrato de trabalho em funções públicas), estando esta deliberação da DE-SNS obrigada a respeitar estes instrumentos de contratação coletiva.
Para a FNAM, é absolutamente lamentável que se afastem os cuidados de saúde materno-infantis e de saúde mental de muitos utentes, aprofundando as graves carências que têm sido sentidas nestas áreas.
A prioridade para o Ministério da Saúde tem de ser a valorização dos médicos e profissionais de saúde, garantindo que o SNS disponha dos recursos necessários para garantir cuidados de saúde de qualidade de Norte a Sul do país. A FNAM exige soluções estruturais para problemas estruturais.
A FNAM apela aos seus associados para que, caso sejam confrontados com a exigência de deslocação para fora do seu local de trabalho contra a sua vontade, façam chegar ao seu sindicato a respetiva participação, para que este possa agir em sua defesa.
2 de janeiro de 2023
A Comissão Executiva da FNAM
Foi com preocupação que a FNAM teve conhecimento da deliberação da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, que determina o encerramento, aos fins de semana e rotativamente, dos serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia de seis hospitais da Área Metropolitana de Lisboa. Para a FNAM, esta medida é uma ação paliativa que em nada vai contribuir para resolver a situação a médio e longo prazo.
Vários serviços de urgência têm encerrado de Norte a Sul do país, em diferentes períodos do ano, por falta de médicos. Assim, a prioridade imediata do Ministério da Saúde e da Direção Executiva deveria ser a adoção de medidas que contribuam para estancar a saída de médicos do SNS, nomeadamente a valorização salarial dos médicos e a melhoria transversal das suas condições de trabalho.
Na tomada de posse como Diretor Executivo, Fernando Araújo defendeu ser necessário criar condições para os profissionais de saúde «poderem evoluir e equilibrar a vida profissional com a familiar». Infelizmente, perante esta situação, preferiu ouvir as administrações e direções de serviço dos hospitais, ignorando os médicos, os restantes profissionais de saúde e os autarcas.
Com esta deliberação, a Direção Executiva do SNS vem reconhecer a forma precária de funcionamento de várias urgências de ginecologia e obstetrícia, assumindo a sua incapacidade para garantir a continuidade da sua atividade regular, e normalizando o encerramento de serviços, o que é totalmente inaceitável para a FNAM.
E, muito embora se possa argumentar que esta medida pode dar alguma previsibilidade às utentes e manter o funcionamento de algumas destas urgências, a FNAM considera que ela é meramente pontual e paliativa, não podendo prolongar-se no tempo nem estender-se a outras valências dos serviços de urgência sob pena de serem adiadas as medidas de fundo que permitam resolver a situação.
O encerramento continuado de serviços representa uma amputação da garantia do acesso a cuidados de saúde prestados pelo SNS, em clara violação da sua missão e valores, o que a FNAM não poderá aceitar em nenhuma circunstância, bastando já os graves transtornos e entraves sofridos pelas utentes, parturientes e suas famílias.
É o Ministério da Saúde que dispõe da capacidade e dos meios para resolver esta situação, de forma a dar um novo ímpeto ao SNS, recentrando-o no seu papel fundamental de serviço público prestador de cuidados de saúde de qualidade, garantindo o acesso aos mesmos a toda a população.
Na reunião negocial do Ministério da Saúde com os sindicatos médicos de 15 de dezembro, foi constituído um grupo de trabalho para as grelhas salariais, que irá reunir na próxima semana. Em janeiro, o Ministério da Saúde terá de estar obrigatoriamente disponível para uma verdadeira negociação das grelhas salariais, caso contrário a FNAM será forçada a avançar para a greve.
Foi também criado um grupo de trabalho para os cuidados de saúde primários, nomeadamente para abordar o redimensionamento das listas de utentes dos médicos de família.
Entretanto, houve alguns avanços na negociação das normas particulares de organização e disciplina do trabalho médico, com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos médicos.
O Ministério da Saúde propôs a assinatura de um novo protocolo negocial, uma vez que o atual foi assinado pela anterior equipa ministerial, que incluísse elementos da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde.
A próxima reunião negocial ficou agendada para o dia 9 de janeiro de 2023. Para a FNAM, esta é a data limite para que exista um sinal claro que o Ministério da Saúde pretende valorizar e dignificar o trabalho médico, negociando nas grelhas salariais
O Conselho Nacional da FNAM elegeu a sua nova Comissão Executiva, com Joana Bordalo e Sá a assumir a presidência, e decidiu que não é possível adiar mais a negociação das grelhas salariais, no processo negocial em curso com o Ministério da Saúde.
Na reunião do seu Conselho Nacional, que decorreu no dia 10 de dezembro, em Coimbra, os dirigentes da FNAM foram unânimes na necessidade de iniciar de imediato a negociação das novas grelhas salariais, sendo a sua desatualização uma das razões que explicam a saída de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com a consequente deterioração dos serviços públicos de saúde.
Apesar da negociação incidir atualmente nalguns aspetos das condições de trabalho dos médicos, a FNAM entende que ela não pode ser feita sem discutir a valorização das grelhas salariais. A recusa em avançar de imediato com este ponto negocial, por parte do Ministério da Saúde, terá como consequência uma tomada de posição mais vigorosa por parte da FNAM.
A FNAM já tinha apresentado uma proposta de aumentos salariais, ponderada de forma a recuperar o poder de compra dos médicos, para além de uma série de medidas urgentes para dignificar as carreiras médicas, melhorar as condições de trabalho dos médicos e ultrapassar os problemas que têm afetado o SNS.
Foi também eleita a nova Comissão Executiva da FNAM, com Joana Bordalo e Sá, presidente do Sindicato dos Médicos do Norte e médica oncologista, a assumir a presidência deste órgão, substituindo Noel Carrilho.
Os restantes membros da Comissão Executiva são João Marques Proença (vice-presidente), Noel Carrilho (vice-presidente), Luísa Isabel, Mário Jorge Santos, Paulo Passos, Rosa Ribeiro (vogais efetivos), António Sousa, Cátia Martins e Vitória Martins (vogais suplentes).
Por fim, foi também aprovada a versão final do Plano de Ação para o triénio 2022-2025, delineado no XIII Congresso da FNAM, em outubro.
A FNAM participou na reunião, de 9 de novembro, do Ministério da Saúde com os sindicatos médicos, tendo havido o compromisso de celeridade nas negociações.
A reunião, que inaugurou as negociações com a atual equipa ministerial, contou com a presença do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, do Secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, e de representantes da Administração Central do Sistema de Saúde, das Entidades Públicas Empresariais, da Secretaria de Estado da Administração Pública e da Secretaria de Estado do Orçamento.
O Ministro da Saúde reafirmou a vontade em chegar a acordo relativamente a uma série de medidas para os médicos e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), estando prevista, com início ainda este mês, a discussão das propostas sobre o acordo coletivo de trabalho, as normas particulares de organização e disciplina do trabalho médico e medidas de valorização do trabalho em serviço de urgência.
Numa segunda fase, no primeiro semestre de 2023, está prevista a negociação da grelha salarial.
Neste sentido, o Ministério da Saúde comprometeu-se a apresentar propostas até à próxima reunião negocial, agendada para o dia 28 de novembro.
Os sindicatos médicos já apresentaram as suas propostas e estão abertos ao diálogo, esperando que seja possível, finalmente, chegar a acordo para valorizar condignamente o trabalho médico.
A FNAM emitiu um aviso prévio de greve para o dia 18 de novembro, acompanhando a greve dos trabalhadores da Administração Pública, convocada pela Frente Comum.
Assim, todos os médicos do sector público, com contrato de trabalho em funções públicas ou contrato individual de trabalho, estejam ou não sindicalizados, podem aderir à greve.
Face às insuficientes medidas do Governo em dar resposta à perda de poder de compra, ao aumento da inflação e à degradação dos serviços públicos – como o Serviço Nacional de Saúde –, a Frente Comum dos Sindicatos da Administração da Pública decidiu convocar uma greve nacional para o dia 18 de novembro.
Entre as propostas da Frente Comum, que a FNAM acompanha, encontra-se o aumento real dos salários em 10%.
Consulte aqui o aviso prévio de greve para os médicos. Qualquer tentativa de interferência no direito à greve deve ser comunicada à FNAM.
No XIII Congresso Nacional da FNAM, que decorreu nos dias 22 e 23 de outubro, em Viseu, foram eleitos os novos órgãos sociais e foi aprovado o plano de ação para o próximo triénio, até 2025. Fez-se ainda um balanço dos difíceis três últimos anos, marcados pelo combate à pandemia de COVID-19.
O Congresso, com o mote «Investir no Serviço Nacional de Saúde e na carreira médica», contou com a participação de dirigentes e delegados dos sindicatos que compõem a FNAM, o Sindicato dos Médicos do Norte (SMN), o Sindicato dos Médicos da Zona Centro (SMZC) e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS).
Com a eleição do novo Conselho Nacional – que irá eleger a próxima Comissão Executiva e presidência da FNAM, na sua primeira reunião – e da nova Comissão Fiscalizadora, a Federação prepara-se para enfrentar outra fase de negociação com um Governo de maioria absoluta, após vários anos marcados por um acentuado desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nos médicos e profissionais de saúde.
Desde 2020, em parte devido ao combate à pandemia de COVID-19, o SNS e o trabalho médico têm merecido um elevado reconhecimento de amplos sectores da sociedade. No entanto, tal reconhecimento não foi acompanhado pela devida valorização por parte da tutela, como se torna evidente com a falta de investimento presente no Orçamento do Estado para 2023.
Esta desvalorização tem levado a uma desmotivação sem precedentes, a uma exaustão inaudita com graves consequências na conciliação da vida profissional, social e familiar e a um êxodo sem precedentes dos médicos do SNS.
A FNAM encontra-se, de boa-fé, disponível e empenhada neste novo período de negociação com a tutela, esperando que esta postura seja recíproca e não apenas mais uma ação de propaganda e cosmética da parte do Ministério da Saúde.
O Plano de Ação agora aprovado reflete o compromisso da FNAM na defesa da carreira médica, das condições de trabalho dos médicos, nomeadamente na negociação de novas grelhas salariais que reponham a perda de poder de compra que aconteceu nos últimos 10 anos, e na defesa do SNS.
Viseu, 23 de outubro de 2022
O Conselho Nacional da FNAM
A FNAM reuniu hoje com o Ministro da Saúde, naquela que foi a primeira reunião com o atual executivo da tutela. Na reunião, o Ministro da Saúde reiterou o compromisso de dar continuidade ao protocolo negocial acordado, estando prevista para breve uma reunião negocial com os sindicatos médicos, com vista a não comprometer os prazos negociais previamente acordados.
A saúde dos portugueses não se compadece de mais atrasos.
Espera-se que esta nova equipa ministerial assuma uma posição de maior iniciativa política e de mais celeridade, para melhorar as condições de trabalho dos médicos, na defesa dos utentes e do Serviço Nacional de Saúde.
A FNAM, reunida em Conselho Nacional, no dia 24 de setembro, mostrou apreensão com a mantida degradação das condições de trabalho dos médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e com o inaceitável atraso que a nomeação de uma nova equipa ministerial condiciona na sua resolução.
É urgente que se retome o processo negocial, com o objetivo de rever as grelhas salariais, discutir novos regimes de trabalho e a valorização do trabalho em serviço de urgência, entre outras matérias.
Foi já solicitada uma reunião à nova equipa ministerial, sendo opinião do Conselho Nacional da FNAM que o prazo máximo aceitável para o seu agendamento é de 15 dias.
Foi igualmente aprovada uma moção que exige, entre outras medidas, a imediata revogação do diploma que permite o exercício das funções de especialista em Medicina Geral e Familiar por médicos sem especialidade.
Espera-se desta nova equipa ministerial uma demonstração de iniciativa política, que tem faltado, para melhorar as condições de trabalho dos médicos, na defesa dos doentes e do SNS.
24 de setembro de 2022
O Conselho Nacional da FNAM