A Federação Nacional dos Médicos junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, defendendo os direitos, aspirações e interesses dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde.  A Federação Nacional dos Médicos junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, defendendo os direitos, aspirações e interesses dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde. 

Notícias e Comunicados

Esclarecimento da FNAM a todos os médicos

Esclarecimento da FNAM a todos os médicos

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) esclarece todos os médicos relativamente às medidas anunciadas pela Ministra Ana Paula Martins, a 9 de janeiro, desde a iniciativa legislativa de alteração das tabelas remuneratórias dos médicos, a ações que já são aplicadas por força da Lei, como o início da contagem do tempo de trabalho para o acréscimo de dias de férias, assim como o pagamento a médicos de acordo com o seu grau após a conclusão do internato médico, além de estarem repletas de omissões.

A principal omissão é a explicação, a todos os médicos, da razão pela qual se recusou a negociar com aquela que é a estrutura sindical que mais médicos representa no SNS, o que constitui uma violação da Lei no que respeita os procedimentos da negociação coletiva.

A FNAM deixa o seu esclarecimento, ponto por ponto:

  • Os cerca de 11 mil médicos internos, que constituem um terço da força de trabalho no SNS, continuam excluídos da Carreira Médica.

  • Os médicos internos carecem de uma formação digna, melhoria das condições de trabalho, e continuam a ser obrigados a fazer centenas de horas extraordinárias por ano.

  • Cerca de um quarto dos médicos estão em burnout, não conseguem conciliar a vida profissional com a vida pessoal e 20% optam por não fazer a formação no SNS.

  • O Ministério da Saúde (MS) optou por valorizar o trabalho suplementar, em detrimento de um salário base justo. Aos internos será apenas aplicada a subida de 1 nível da TRU (56,58€) em três anos, até 2027, o que representa um aumento de 3,2% para internos de formação geral, 2,7% para os de formação específica nos primeiros anos e de 2,4% para os dos últimos anos, excluindo os aumentos da Administração Pública (AP).

  • No “reconhecimento imediato do estatuto remuneratório de Assistente após a conclusão do internato”, estas já eram as orientações dos nossos Tribunais que, em ações judiciais intentadas pelos sindicatos desta Federação, há muito assim o decidiram.

  • O tempo de trabalho durante o internato médico, desde o internato de formação geral, sempre contou para o acréscimo de 1 dia de férias por cada 10 anos de trabalho, à semelhança do que acontece com toda a AP.

  • Clarificamos ainda que a proposta de alteração das tabelas remuneratórias, de iniciativa legislativa, se traduz num aumento médio, específico do salário dos médicos especialistas até 2027, de apenas 7% para os Assistentes e de 6,2% para os Graduados, se excluídos os aumentos previstos para a AP. Realçamos que os Assistentes Graduados Sénior não são contemplados com qualquer aumento para além do concedido à AP.

  • Esta valorização é insuficiente e não irá permitir recuperar a perda do poder de compra de 20% que os médicos sofreram na última década, nem fazer face à inflação vindoura. O SNS continuará a não conseguir atrair e reter os médicos especialistas que forma.

  • Para o suplemento remuneratório a pagar aos médicos que exerçam funções de Autoridade de Saúde, foi apresentada uma proposta de iniciativa legislativa, para a qual nos termos da legislação do trabalho, o MS chamou e foi obrigado a ouvir a FNAM, a 28 de novembro, após a sua aprovação em Conselho de Ministros a 6 de novembro, e que resultou no DL 107/2024 promulgado a 2 de dezembro de 2024.

  • Desconhece-se qualquer forma de progressão no posicionamento dos médicos especialistas nas categorias de Assistente, Graduado e Sénior, que não seja por força da avaliação, que tem sido inexistente na maioria das instituições. A maioria dos médicos encontra-se na 1ª posição de cada categoria. Se tivesse progredido justamente de 3/3 anos como previamente definido no DL 73/90, já teriam que se encontrar 3 ou 4 posições acima das atuais.

  • As vagas abertas para a categoria de Assistente Graduado Sénior limitam-se a 350 por ano até 2028, deixando de fora a maioria dos 7 mil Assistentes Graduados que poderiam concorrer. A autorização das vagas previstas para 2025, foi assinada a 16 de dezembro, de acordo com o Despacho n.º 261/2025.

  • A FNAM defende o fim de quotas nos concursos para o grau de Consultor e categoria Assistente Graduado Sénior, devendo todos os graus e categorias da carreira ser acessível a todos os médicos.

  • Denunciamos ainda, o facto de não terem sido abertas todas as vagas para a contratação de médicos especialistas, de acordo com as necessidades indicadas pelas Unidades Locais de Saúde nas áreas de Medicina Geral e Familiar, Hospitalar e de Saúde Pública, o que demonstra ausência de vontade política para reforçar o SNS com médicos.

  • Para os médicos que fazem parte do INEM, desconhece-se em absoluto em que termos é feita a equiparação “ao serviço de urgência”. Desconhece-se, também, como será a respetiva regulamentação e valorização remuneratória.

  • A reposição das 12 horas em Serviço de Urgência, ao invés das atuais 18, é uma reivindicação da FNAM de longa data, mas o MS não esclarece quais as suas implicações para a sua aplicação, em linha com “a organização em rede do serviço de urgência”. Ademais, irão contemplar nessa rede os Serviços de Atendimentos Complementares à semelhança dos atuais Serviços de Urgência Básica? Irão incluir de forma obrigatória os médicos de Medicina Geral e Familiar?

  • O MS omite as alterações que pretende propor aos Acordos Coletivos de Trabalho dos médicos, relativamente às normas particulares e organização do trabalho, entre outras. Irão tentar promover a perda dos descansos compensatórios, ou outros direitos essenciais à segurança dos médicos e dos utentes?

Tendo em conta a ilegalidade e a inconstitucionalidade violadora dos princípios da contratação coletiva, a FNAM acionou os mecanismos legais que tem à sua disposição e oficiou o Presidente da República, Primeiro-Ministro e a DGERT/MTSSS, onde se exige que o MS cumpra com a Lei.

A FNAM não defrauda as soluções que defendem o trabalho médico e o SNS. Não abre mão da reposição da jornada das 35 horas, da reintegração dos internos na carreira, de concursos céleres, equitativos e transparentes para todos os graus e categorias, sem imposição de quotas, do reforço dos direitos de parentalidade, do reconhecimento da penosidade da profissão e da possibilidade de reforma antecipada.

Não alienamos os direitos dos médicos, que é também o direito da população a ter um SNS à altura das necessidades. Não aceitamos que dividam os médicos, colocando uns contra outros, e continuamos a defender todos os médicos.

A propaganda do Ministério da Saúde: aumento médio do salário dos médicos será de 3,6% até 2027

A propaganda do Ministério da Saúde: aumento médio do salário dos médicos será de 3,6% até 2027

Aumento médio do salário dos médicos será de 3,6% até 2027, muito longe dos 10% anunciados.

Em 2025, os médicos especialistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) não serão contemplados com aumentos em cada uma das posições da tabela remuneratória, para além do aumento de 2,15% destinado à Administração Pública (AP). O aumento médio específico para o salário dos médicos será de 3,6% até 2027, além de discricionário consoante o grau e a categoria.

Após análise da informação disponibilizada publicamente até ao momento, apresentamos os aumentos específicos que os médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), independentemente da natureza do vínculo contratual ou filiação sindical, podem esperar do Ministério da Saúde (MS) liderado por Ana Paula Martins, em que se excluem os parcos aumentos concedidos à AP:

  • Em 2025, os médicos especialistas não terão qualquer aumento específico em cada uma das posições da sua tabela remuneratória. Desconhece-se qualquer forma de progressão nesse posicionamento, que não seja por força da avaliação.
  • Até 2027, e comparativamente com 2024, os médicos internos avançam apenas 1 nível da Tabela Remuneratória Única (TRU) (56,58€), ou seja, um aumento de 3,2% se forem de formação geral, 2,7% de formação específica nos primeiros anos e 2,4% nos últimos anos.
  • Até 2027, e comparativamente com 2024, os médicos Assistentes serão aumentados no máximo em 7%. Os Assistentes na 1ª posição sobem apenas 2 níveis na TRU em 2026 (3,4%) e em 2027 (3,6%). Os médicos Graduados na 1ª posição sobem apenas 1 nível na TRU em 2026 (1,5%) e 3 níveis em 2027 (4,7%), ou seja, 6,2%.
  • ⁠⁠As 3 posições de Assistente Graduado Sénior não são contempladas com qualquer subida de níveis da TRU. Além disso, as vagas abertas para esta categoria limitam-se a 350/ano até 2027, e deixarão de fora a esmagadora maioria dos 7 mil graduados que poderiam concorrer.

De modo a que fosse recuperada a perda do poder de compra na última década em 2024, a atualização salarial para os médicos teria que ter sido de 20%. Os valores que o MS pretende atribuir aos médicos, em 3 anos, até 2027, são manifestamente insuficientes e não fazem face à inflação vindoura. O MS continuará, assim, a não conseguir atrair médicos para o SNS, que serão empurrados para o setor privado ou para o estrangeiro.

Oportunamente, clarificamos a verdade dos factos sobre o processo negocial. Ao recusar negociar com a FNAM, aquela que é a estrutura sindical que mais médicos representa no SNS, o Ministério violou a Lei. A falta de vontade política deste MS em negociar de forma séria com os médicos, aliada à ausência de competência, prejudica a população e o SNS.

A FNAM já colocou, com clareza, as soluções em cima da mesa, e oficiou o Presidente da República, o Primeiro Ministro e a DGERT/MTSS, para que seja cumprida a Lei no que respeita às regras e procedimentos da contratação coletiva.

A verdade sobre o processo negocial com a FNAM

A verdade sobre o processo negocial com a FNAM

A Ministra da Saúde Ana Paula Martins recusou negociar com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) a revisão salarial ainda em 2024, assim como temas fulcrais para atrair mais médicos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Este inverno, à semelhança do resto do ano, vemos que o SNS continua depauperado de médicos hospitalares, de medicina geral familiar e de saúde pública.

A súmula e a verdade dos fatos em todo o processo negocial com FNAM:
[A súmula completa pode ser consultada aqui]

  • 2024.04.26 - Apresentação das propostas da FNAM para negociação da carreira médica e tabelas remuneratórias, que incluiu a revisão da jornada de trabalho semanal para a reposição das 35 horas, a reintegração do internato médico na carreira, reposição de dias de férias retirados na troika, a possibilidade de uma dedicação exclusiva, opcional e majorada, assim como medidas para melhorar a formação e a parentalidade dos médicos. Adicionamos a proposta de integração dos médicos com contratos individuais de trabalho anteriores a 2013 na carreira.
  • 2024.05.24 - Apresentação do protocolo negocial pelo Ministério da Saúde (MS) que não incluiu as tabelas remuneratórias, nem qualquer proposta da FNAM. Contemplou apenas o SIADAP, a organização e disciplina do trabalho médico e a formação no âmbito do internato médico. Face à exigência da FNAM, o MS ficou de rever o protocolo negocial.
  • 2024.06.07 - Envio de contraproposta de protocolo negocial por parte da FNAM, reiterando as suas soluções. 
  • 2024.06.25 - Reunião cancelada na véspera.
  • Envio de vários ofícios com a exigência das atas de reuniões passadas, das ordens de trabalho e documentos, prévios às reuniões.
  • 2024.07.05 - Apresentação de novo protocolo negocial pelo MS, onde mantiveram apenas os temas anteriormente propostos, acrescidos das tabelas remuneratórias, mas cuja negociação apenas se iniciaria a partir de janeiro de 2025, com a afirmação reiterada de que era uma linha vermelha para o MS fazê-lo ainda em 2024.

Apesar da FNAM ter aceite discutir todos os temas propostos pelo MS, não foi possível concordar com a discussão de tabelas remuneratórias apenas no ano seguinte, além do MS continuar sem incluir uma única proposta da FNAM.

Não foi marcada reunião negocial seguinte, apesar dos ofícios enviados com essa exigência.

A FNAM esclarece ainda que, apesar das eventuais tabelas remuneratórias, propostas pelo MS com um aumento de apenas 10% faseado em 3 anos, que não permitem aos médicos recuperar a perda do poder de compra de 20% da última década, nem contemplarem a inflação vindoura, se aplicam a todos os médicos.

Mantemos os Acordo Coletivos de Trabalho (ACT) em vigor, sem qualquer perda de direitos, e acionamos a DGERT/MTSSS para que seja reposta a legalidade no processo negocial, por ter sido violado pelo MS liderado por Ana Paula Martins, por ter recusado negociar com a FNAM - a estrutura sindical que mais médicos representa no SNS. A FNAM exige ainda a clarificação de matérias contraditórias relativas ao processo negocial numa carta enviada à Ministra da Saúde.

Reafirmamos a defesa incessante da melhoria das condições de trabalho e valorização da carreira médica para todos os médicos que trabalham no SNS.

Ministério da Saúde não garante soluções que atraiam e fixem médicos no SNS 

Ministério da Saúde não garante soluções que atraiam e fixem médicos no SNS 

O Ministério da Saúde liderado por Ana Paula Martins continua a não garantir um salário justo e melhoria das condições de trabalho para os médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Sem medidas que valorizem realmente os médicos, o SNS continuará a perdê-los para o setor privado e estrangeiro.

Ao recusar negociar com a FNAM, o Ministério da Saúde deixa os médicos para trás e viola os procedimentos da contratação coletiva previstos na Lei. Além disso, trai os médicos e o SNS, por falhar num acordo que seja capaz de os atrair e fixar.

Para os médicos conseguirem repor a perda do poder de compra da última década, a atualização salarial - a ter lugar ainda em 2024 - deveria ser de 20%. Ao negociar apenas uma atualização de 10%, faseada ao longo de três anos, e não estando ainda contemplada a inflação, o MS falha nesta medida fundamental para reter médicos no SNS. Não há propaganda que disfarce a insuficiência desta atualização e a escolha política na sua concretização.

Esta atualização, apesar de insuficiente, será de aplicação a todos os médicos, sindicalizados e não sindicalizados, à luz da Constituição da República Portuguesa, onde se salvaguarda que para trabalho igual, salário igual.

A FNAM mantém os Acordo Coletivos de Trabalho em vigor, sem qualquer perda de direitos, e acionou a DGERT/MTSSS para que seja reposta a legalidade e desencadeada uma negociação séria e capaz de soluções concretas para todos os médicos, independente do seu vínculo contratual e filiação sindical.

A FNAM não deixa médicos para trás e não aceita perda de direitos. Exigimos medidas que garantam uma atualização salarial justa e equitativa para todos os médicos internos e especialistas, independente do seu regime de trabalho e tempo de contrato. 

Além disso, exigimos: 

  • Reposição da jornada de trabalho de 35 horas;
  • Reintegração de médicos internos na carreira;
  • Concursos para assistente que sejam céleres, com regras transparentes e equitativas para todas as áreas profissionais;
  • Ausência de quotas anuais para consultor e assistente graduado sénior;
  • Possibilidade de dedicação exclusiva devidamente majorada;
  • Reposição dos dias de férias perdidos na altura da troika, 25 dias +5 se gozados em época baixa;
  • Atribuição do estatuto de profissão de risco e desgaste rápido com possibilidade de reforma antecipada;
  • Medidas que assegurem condições para a formação pós-graduada dos médicos;
  • Medidas que sejam verdadeiramente protetoras da  parentalidade;

A FNAM continuará também, a nível local e através dos seus 3 sindicatos, a apoiar sindicalmente e juridicamente os seus associados em termos da aplicação da legislação laboral vigente.

Ministério recusa abrir vagas para contratar médicos no SNS

Ministério recusa abrir vagas para contratar médicos no SNS

O Ministério da Saúde (MS) liderado por Ana Paula Martins recusou os pedidos das várias Unidades Locais de Saúde para a abertura de vagas para a contratação de médicos especialistas nas áreas da medicina geral e familiar (MGF), saúde pública (SP) e hospitalar. Esta recusa é incompreensível, mas coerente com a irresponsabilidade da tutela na garantia do reforço de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A falta de competência e de vontade política do MS em abrir as vagas necessárias para a contratação de médicos especialistas hospitalares, de MGF e de SP, é de uma irresponsabilidade gritante. Esta atitude vai amplificar as dificuldades de resposta já existentes nos serviços de urgência, no acesso e tempo de espera para consultas e cirurgias programadas, aumentar o número de utentes sem médico de família e sobrecarregar ainda mais as equipas que ainda restam no SNS.

A título de exemplo do que é a realidade em todo o país, na ULS do Tâmega e Sousa, das 11 vagas pedidas para MGF e das 2 pedidas para SP, só abriram uma de cada, e das mais de duas dezenas de vagas para a área hospitalar, só abriu uma. Na ULS de Santo António foram pedidas 22 vagas de várias especialidades, mas apenas 8 foram garantidas, e na ULS de Trás os Montes e Alto Douro foram pedidas 24 e apenas 15 foram concedidas. A nível nacional abriram menos de 25% das vagas necessárias para devolver médicos de família à população, da qual é exemplo a ULS de Almada Seixal, onde 40 mil utentes vão continuar a ser deixados sem médico, pois abriu apenas 1 vaga para MGF.

A FNAM vai questionar diretamente Ana Paula Martins sobre as razões de mais um deslize com impacto negativo para o SNS e na prestação de cuidados de saúde à população, e que empurram, uma vez mais, os médicos para o setor privado e para o estrangeiro.

Ministério da Saúde de Ana Paula Martins viola a Lei

Ministério da Saúde de Ana Paula Martins viola a Lei

A Ministra da Saúde Ana Paula Martins recusa negociar com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), o que constitui uma grave violação da Lei. Consequentemente, a FNAM recorreu aos mecanismos legais disponíveis, acionando o Ministério do Trabalho, o Primeiro-Ministro e o Presidente da República, para que garantam o cumprimento integral da Lei.

A FNAM acionou os mecanismos legais para o cumprimento da negociação coletiva do trabalho médico em Ofício enviado à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) e ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS). Escrevemos também ao Primeiro-Ministro e ao Presidente da República para que façam cumprir a Lei.

Desde o início do mandato de Ana Paula Martins, os médicos têm enfrentado a recusa sistemática do Ministério da Saúde (MS) em dar prioridade à negociação das tabelas salariais para todos os médicos, bem como à duração e organização do tempo de trabalho — medidas exigidas pela FNAM para garantir melhores condições de segurança e saúde no trabalho. Esta postura configura uma grave violação da Lei, da qual o MS não poderá alegar desconhecimento.

Não obstante várias interpelações, o MS recusou sistematicamente o cumprimento do processo negocial com a FNAM, afirmando que a discussão das tabelas salariais só ocorreria em 2025. Esta alegação é desmentida pelos factos, uma vez que o MS está a negociar as tabelas com outra estrutura sindical médica ainda em 2024.

A FNAM, enquanto estrutura sindical que mais médicos representa no Serviço Nacional de Saúde (SNS), considera que esta recusa reiterada em cumprir com os procedimentos da negociação coletiva, além de ilegal, demonstra um desrespeito total de Ana Paula Martins para com toda a classe médica, e que prejudica, com dolo, o SNS.

Nos termos que defendem a negociação coletiva, a FNAM acionou os mecanismos legais com ofícios enviados à DGERT, MTSSS, assim como ao Primeiro-Ministro e ao Presidente da República, para que a Ministra da Saúde Ana Paula Martins cumpra a Lei, convocando a FNAM e as demais entidades envolvidas para uma negociação que considere as contrapropostas apresentadas pela FNAM.

Reafirmamos a defesa de soluções que atraiam e fixem médicos no SNS. Estas incluem uma negociação séria e transparente, assegurando salários base justos, melhores condições de trabalho com revisão da jornada semanal para todos os médicos especialistas e internos sem perda de direitos, bem como a devida valorização e progressão na carreira.

Ministério da Saúde mantém urgências pediátricas no Algarve por um fio no fim do ano

Ministério da Saúde mantém urgências pediátricas no Algarve por um fio no fim do ano

O Ministério da Saúde é responsável por não travar a falta de médicos pediatras na ULS do Algarve, levando à limitação do funcionamento das urgências pediátricas e nos blocos de partos. A saúde das crianças da região está em perigo e há dias sem qualquer pediatra no serviço de urgência, situação que irá agravar neste fim de ano.

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS-FNAM) exigiu a intervenção urgente da Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, dada a falta de médicos pediatras nos hospitais de Faro e de Portimão, e uma reunião com o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve. Dezassete dias depois, o SMZS-FNAM não obteve qualquer resposta.

A limitação do número de pediatras disponíveis tem obrigado à concentração de funções da urgência noturna num único médico pediatra escalado no serviço de medicina intensiva pediátrica e neonatal – um serviço fundamental para casos mais graves –, ficando responsável por 5 postos de cuidados intensivos neonatais, 12 de cuidados intermédios e ainda 3 postos de cuidados intensivos pediátricos. Este médico é cumulativamente responsável pelo atendimento contínuo ao bloco de partos, apoio aos recém-nascidos internados no puerpério, e orientação do transporte inter-hospitalar pediátrico.

Em situações limite, este único médico poderá ter de escolher entre socorrer um recém-nascido que necessite de reanimação, receber um doente crítico na sala de emergência ou atender uma situação de doença complexa na enfermaria.

Entretanto, a situação irá agravar-se neste fim de ano: as escalas de pediatria da ULS Algarve não têm qualquer pediatra disponível na noite de 23 e nos períodos diurnos e noturnos dos dias 24 e 25 de dezembro, prevendo-se uma limitação inaudita na assistência a crianças doentes – um risco ainda maior com o aumento do fluxo turístico habitual no Natal e Ano Novo.

Estas falhas sem precedentes comprometem seriamente a segurança e a qualidade dos cuidados prestados às crianças do Algarve, sendo a responsabilidade de tal situação do Ministério da Saúde e da sua inação para resolver a falta de médicos no SNS.

As urgências pediátricas no Algarve estão por um fio, funcionando em condições extremamente adversas. Os poucos pediatras que ainda restam apresentam um elevado grau de exaustão e de desgaste e apresentaram declarações de declinação de responsabilidade funcional.

Para o SMZS-FNAM, é fundamental que as entidades competentes – o Ministério da Saúde e o Conselho de Administração da ULS Algarve – assumam as suas responsabilidades, de forma a garantir o direito à saúde das crianças da região do Algarve e evitar uma debandada dos médicos pediatras que restam na ULS devido à situação limite em que foram colocados.

ATUALIZAÇÃO

Em função da pressão exercida pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul e da FNAM (SMZS/FNAM), em conjunto com as escusas de responsabilidade apresentadas pela maioria dos pediatras dos Hospitais de Faro e Portimão, já foi possível aumentar a escala da urgência da unidade de cuidados intensivos neonatais com mais um médico. Apesar dessa salvaguarda, as urgências pediátricas da ULS do Algarve continuam com equipas reduzidas, a funcionar de forma alternada entre os Hospitais de Faro e Portimão e a urgência externa salvaguardada não por médicos especialistas, mas através de prestadores de serviços, cuja garantia de presença é sempre incerta.

A FNAM deseja Boas Festas!

A FNAM deseja Boas Festas a todos os seus membros, familiares e amigos, à comunidade médica, aos utentes, e a todos os que, connosco, defendem o SNS. Damos um cumprimento especial a todos os médicos internos e especialistas que, nesta quadra festiva e em condições de trabalho muito difíceis, asseguram os serviços de saúde à população. Saudamos também as nossas congéneres internacionais, as organizações políticas, sindicais e sociais, que têm feito caminho ao nosso lado.

Ministério cede à exigência da FNAM e deixa cair nota de curso na contratação de médicos especialistas para o SNS

Ministério cede à exigência da FNAM e deixa cair nota de curso na contratação de médicos especialistas para o SNS

A FNAM assinala o recuo do Ministério da Saúde (MS), governado por Ana Paula Martins, no processo de recrutamento de médicos especialistas, e exige que sejam corrigidas as desigualdades entre as várias áreas profissionais.

A 28 de outubro e a 4 de novembro, a FNAM reuniu com o Ministério da Saúde, onde exigimos que fosse retirada a nota de curso do processo de contratação de médicos especialistas para o SNS. Constatamos que o MS cedeu à exigência da FNAM, de acordo com o promulgado pelo Presidente da República, em 2 de dezembro, e publicado hoje no Decreto-Lei n.º 109/2024.

A FNAM continuará a reivindicar igualdade nos procedimentos concursais, uma vez que os médicos hospitalares continuarão à mercê de júris das Unidades Locais de Saúde. Assim, a sua colocação vai continuar a sofrer atrasos e irregularidades, que se somam à desmotivação de manterem o salário de um médico interno, apesar de já estarem a trabalhar como especialistas. Exigimos que os concursos tenham regras não discricionárias, princípios de igualdade de oportunidades, de imparcialidade, de boa-fé e de não discriminação para todos os médicos recém-formados.

Este recuo do MS é uma confissão da ineficácia, o que torna ainda mais absurdo que se mantenham as regras contestadas pela FNAM, não se evitando que se continuem a perder os especialistas formados no SNS, para o setor privado e estrangeiro.

A FNAM defende que o caminho passa pela reintegração dos internos na carreira médica e uma valorização salarial justa para todos os médicos, como forma de os atrair, proteger e fixar no SNS.

Ministra da Saúde força médicos dos Cuidados de Saúde Primários a greve ao trabalho extraordinário a partir de janeiro

Ministra da Saúde força médicos dos Cuidados de Saúde Primários a greve ao trabalho extraordinário a partir de janeiro

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) emitiu um aviso prévio de greve ao trabalho extraordinário (TE) nos cuidados de saúde primários (CSP) para o primeiro trimestre de 2025. Não aceitamos a banalização da prestação do TE nos CSP que o Ministério da Saúde (MS), liderado por Ana Paula Martins está a tentar impor e que condiciona o acesso dos utentes ao seu médico de família (MF). Retirar os MF do trabalho normal nas suas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante a semana, tem como consequência reduzir as consultas de saúde materno-infantil, hipertensão arterial, diabetes e para episódios agudos.

O MS tem falhado na gestão dos CSP, prejudicando utentes e médicos. Ao mesmo tempo que recorre a linhas telefónicas para desviar doentes dos Serviços de Urgência (SU), pretende impor a marcação direta de consultas para utentes não inscritos nas respetivas unidades, através da linha SNS 24. Esta manobra não só é ilegal, como prejudicará a realização de consultas programadas e de doença aguda, falhando aos utentes inscritos e em seguimento nas unidades.

Adicionalmente, a imposição, a partir de janeiro, de atribuição automática de médico a utentes sem MF, viola a legislação em vigor. Estas medidas foram decididas sem consultar os médicos ou estruturas representativas como a FNAM, e em desrespeito total pela contratualização prevista entre os CSP e as respetivas Unidades Locais de Saúde.

A FNAM exige que sejam respeitados os limites, já de si excessivos, das listas de utentes dos MF, e que seja salvaguardada a contratualização de carteiras adicionais para garantir o acesso e a qualidade do atendimento.

A FNAM exige o fim da propaganda deste Ministério da Saúde e do ruído que alimenta a sua desresponsabilização, em substituição de uma verdadeira negociação com os médicos. Esta negociação deve ser séria e com soluções, não apenas para os médicos de família, mas para todo o ecossistema do SNS, e, sobretudo, para os utentes, que são os maiores prejudicados com as políticas desastrosas em vigor.

Se o MS persistir na violação dos procedimentos da contratação coletiva, e a negociar apenas para gerir sua imagem pública face à tragédia da sua governação, a FNAM será forçada a prolongar esta greve até ao final do primeiro semestre e a avançar para outras formas de luta.

Esta greve abrange todos os médicos dos CSP, mesmo que não tenham atingido o limite anual legal do trabalho suplementar de 150 horas.

Ministério da Saúde de Ana Paula Martins coloca médicos e grávidas em risco

Ministério da Saúde de Ana Paula Martins coloca médicos e grávidas em risco

FNAM apela à colocação de escusas de responsabilidade

A Ministra da Saúde Ana Paula Martins pretende disfarçar a falta de médicos obstetras no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com medidas que colocam grávidas, crianças e profissionais em risco. Ao obrigar as grávidas a ligar para o SNS24 antes de recorrer ao Serviço de Urgência (SU), ao mesmo tempo que são reduzidas as equipas obstétricas, concretiza mais uma medida que coloca em risco a saúde materno-infantil, cujas consequências podem ser trágicas para as grávidas.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) repudia a Portaria n.º325/2024/1 publicada hoje por Ana Paula Martins. As grávidas e puérperas não podem ficar reféns de uma linha telefónica, para aceder a um SU, comprometendo assim o seu acesso.

Depois de um verão onde mais de 40 grávidas tiveram os partos em ambulâncias, o Ministério da Saúde (MS) volta a colocar as grávidas em risco, como o potencial de aumentar a mortalidade materno-infantil.

Ao mesmo tempo, o MS pretende reduzir o número de médicos obstetras em cada equipa de urgência, podendo ser constituída por apenas um especialista e médicos internos, o que coloca o ato médico em risco e pode comprometer a segurança clínica das grávidas.

Esta é mais uma medida que mostra o fracasso da governação da Ministra da Saúde. Incapaz de assegurar médicos para o SNS, parece querer dispensar também utentes dos serviços de urgência. Linhas telefónicas não substituem cuidados de saúde, nem garantem acesso digno aos serviços essenciais.

A FNAM apela a todos  os médicos que entreguem a escusa de responsabilidade sempre que não disponham das condições adequadas ao exercício da atividade médica, e daí possa resultar um risco acrescido de erro médico, com claro prejuízo para o utente e para o próprio profissional. Relembramos que, ao aceitar trabalhar em condições de insegurança, os profissionais podem colocar-se a si e aos utentes em risco. 

A FNAM exige uma negociação séria ao MS das nossas soluções para atrair mais médicos ao SNS, na obstetrícia e em todas as áreas.