A Federação Nacional dos Médicos junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, defendendo os direitos, aspirações e interesses dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde.  A Federação Nacional dos Médicos junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, defendendo os direitos, aspirações e interesses dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde. 

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Manifesto Internacional

Em defesa de condições de trabalho dignas para os médicos

O direito à Saúde é uma conquista histórica, fruto da luta de muitas gerações, reconhecido em 1948, quando passou a constar na Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas: “todos os seres humanos têm direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhes e à sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis”.

O sucesso do combate à pandemia da Covid-19 em todo o mundo, que salvaguardou a vida de milhões de pessoas, deveu-se ao trabalho árduo dos médicos e demais profissionais de saúde, demonstrando, uma vez mais, serem os pilares essenciais nos serviços de saúde das nações.

Os cuidados públicos de saúde estão sob forte ameaça em todo o mundo, sendo alvo do progressivo e enorme desinvestimento dos diferentes governos, conduzindo ao seu progressivo desmantelamento, para que interesses económicos se instalem sem concorrência pública, resultando no aumento das despesas em saúde para a maioria dos cidadãos.

A dificuldade em fixar médicos é transversal a vários países, que se traduz na migração para o sector privado e para países diferentes daqueles de que são originários, na expectativa de encontrarem melhores condições de trabalho e salários justos, condizentes com a sua formação e responsabilidade.

No relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) “Crescimento zero em gastos com saúde – quais países e quais setores mais afetados?” [“Health Spending Growth at Zero - Which countries, which sectors are most affected?”], são sublinhados os importantes cortes ocorridos em países como a Estónia, a Irlanda, a Hungria e Portugal, bem acima das metas impostas pela troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia) no tempo da austeridade. No entanto, mais de uma década depois, continuamos sem recuperar da perda do poder de compra.

Nós, os médicos que subscrevem este manifesto, lutamos para que nos nossos países haja investimento sério na valorização da nossa carreira. Urge um plano para fixar médicos nos vários países, com salários justos em linha de conta com o custo de vida e a inflação, com horários e condições de trabalho dignos, que reduzam o burnout e permitam conciliar a vida profissional, pessoal e familiar.

Nós, médicos em Portugal, Espanha e outros, vimos através deste manifesto exigir aos Governantes que estejam à altura das responsabilidades, e apelar aos cidadãos para tomarem como sua a nossa luta, na valorização da carreira médica e na defesa de serviços de saúde de acesso universal, robustos e de qualidade, com a prática de uma medicina centrada nas reais necessidades dos cidadãos e com políticas de saúde pública eficientes.

 

Towards the defense of decent working conditions for medical doctors

The right to Health is a historic achievement, as a result of the struggle of many generations, and recognized in 1948 by the UN, as part of the Universal Declaration of Human Rights: “all human beings have the right to a standard of living capable of ensuring them and their family, health and well-being, including food, clothing, housing, medical care and basic social services”.

The success of the fight against the Covid-19 pandemic around the world, which saved the lives of millions of citizens, was due to the hard work of medical doctors and other health professionals, showing, once again, that they are essential pieces in every nation's health service.

Public health care is under strong threat around the world, because of the progressive disinvestment by governments, aiming the gradual dismantlement so that economic interests can be established without public competition and scrutiny, resulting in the increase of health expenses for most of the citizens.

The difficulty in fixing doctors in the public sector is transversal to several countries, and we are witnessing the migration of doctors either to the private sector or abroad, seeking better working conditions and fair salaries, according to their training and responsibility.

In the Organization for Economic Cooperation and Development (OECD) report “Health Spending Growth at Zero - Which countries, which sectors are most affected?”, major and severe cuts were detected  in countries such as Estonia, Ireland, Hungary and Portugal, well above the targets imposed by the Troika (European Central Bank, International Monetary Fund and the European Commission) during the austerity years. However, more than a decade later, we still have not recovered from the loss of purchasing power.

We, the medical doctors subscribing this manifesto, are struggling for effective investments in our careers in our countries. A plan is urgently needed to attract medical doctors in their countries, with fair salaries in line with the cost of living and inflation, but also with decent working hours and conditions, allowing the reduction of the burnout, and the reconciliation of professional, personal, and family life.

We, medical doctors in Portugal, Spain and others, came through this manifesto to demand that Governments live up to their responsibilities, and to appeal to citizens to take our struggle as their own, in valuing the medical career and in defending universal access to health services, a robust and quality healthcare, with the practice of medicine centered on the real needs of citizens ,based in efficient public health policies.

 

En defensa de condiciones laborales dignas para los médicos

El derecho a la Salud es un logro histórico, resultado de la lucha de muchas generaciones, reconocido en 1948, cuando pasó a formar parte de la Declaración Universal de Derechos Humanos de las Naciones Unidas: “todos los seres humanos tienen derecho a un nivel de vida capaz de garantizarles a ellos y a sus familias la salud y el bienestar, incluidos la alimentación, el vestuario, la vivienda, la atención médica y los servicios sociales esenciales”.

El éxito del combate a la pandemia de Covid-19 en todo el mundo, que salvó la vida de millones de personas, se debió al arduo trabajo de los médicos y otros profesionales de la salud, demostrando, una vez más, que son pilares esenciales en los servicios de salud de las naciones.

La sanidad pública se encuentra bajo una fuerte amenaza en todo el mundo, siendo objeto de progresivas y enormes desinversiones por parte de los distintos gobiernos, lo que lleva a su progresivo desmantelamiento, de manera que los intereses económicos se instalan sin competencia pública, lo que se traduce en un aumento del gasto sanitario para la mayoría de los ciudadanos.

La dificultad para retener médicos es transversal a varios países, lo que se traduce en migración al sector privado y a países distintos a aquellos de donde son originarios, con la expectativa de encontrar mejores condiciones laborales y salarios justos, acordes con su formación y responsabilidad.

En el informe de la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE) “Crecimiento cero en el gasto en salud: ¿qué países y qué sectores son los más afectados?” [“Health Spending Growth at Zero - Which countries, which sectors are most affected?”], se destacan los importantes recortes ocurridos en países como Estonia, Irlanda, Hungría y Portugal, muy por encima de los objetivos impuestos por la troika (Banco Central Europeo, Fondo Monetario Internacional y Comisión Europea) en tiempos de austeridad. Sin embargo, más de una década después, todavía seguimos sin recuperar de la pérdida de poder adquisitivo.

Nosotros, los médicos que suscribimos este manifiesto, luchamos para que en nuestros países exista una inversión seria en el desarrollo de nuestras carreras. Se necesita urgentemente un plan para retener médicos en los varios países, con salarios justos y acordes con el coste de la vida y la inflación, con horarios y condiciones de trabajo decentes, que reduzcan el burn out y permitan la conciliación de la vida profesional, personal y familiar.

Nosotros, los médicos de Portugal, España y otros, venimos a través de este manifiesto a exigir que los gobiernos estén a la altura de sus responsabilidades, y llamamos a los ciudadanos a hacer suya nuestra lucha, en valorar la carrera médica y en defender unos servicios sanitarios accesibles, universales, robustos y calidad, con el ejercicio de la medicina centrado en las necesidades reales de los ciudadanos y políticas de salud pública eficientes.

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