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Grávidas sem resposta, recém-nascidos em risco: FNAM exige ação imediata

Grávidas sem resposta, recém-nascidos em risco: FNAM exige ação imediata

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) manifesta a sua profunda preocupação com a degradação dos cuidados de saúde materno-infantis em Portugal. O funcionamento irregular de várias maternidades, a falta de vagas em neonatologia e as dificuldades no acompanhamento pré-natal estão a comprometer a segurança das grávidas e dos recém-nascidos.

Apesar do empenho dos médicos, a sua escassez e as condições de trabalho precárias têm deixado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) perto da rutura. Multiplicam-se os casos de partos em ambulâncias, de grávidas obrigadas a percorrer longas distâncias e de transferências feitas sem condições adequadas. Estes episódios não são exceções — revelam uma rede de cuidados a funcionar no limite.

A FNAM denuncia que a atual reorganização das urgências e maternidades está a ser conduzida com base na falta de profissionais, e não nas necessidades das populações. Encerram-se serviços e concentram-se recursos sem atender à realidade geográfica nem à capacidade de resposta local. As propostas governamentais de criação de “urgências regionais” e “centros de elevado desempenho” apenas vão agravar as desigualdades e a fragmentação do SNS, transformando o direito à saúde num privilégio.

A FNAM alerta que, sem medidas imediatas, Portugal arrisca perder os bons indicadores de saúde materna e infantil conquistados ao longo de décadas. O aumento de partos fora do ambiente hospitalar, as falhas na vigilância pré-natal e as assimetrias regionais são sinais de alarme que exigem ação urgente.

A FNAM exige que o Governo liderado por Luís Montenegro inverta este rumo, adotando políticas que valorizem os médicos com condições de trabalho dignas, estabilidade contratual e reforço dos cuidados de proximidade. Só assim será possível garantir cuidados obstétricos e pediátricos seguros, atempados e de qualidade em todo o país.

A saúde materno-infantil é um pilar do SNS — e não pode continuar a ser vítima da gestão da escassez.



Petição em defesa do reconhecimento do estatuto de profissão de desgaste rápido aos médicos