A Federação Nacional dos Médicos junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, defendendo os direitos, aspirações e interesses dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde.  A Federação Nacional dos Médicos junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, defendendo os direitos, aspirações e interesses dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde. 

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Exigimos uma ministra que sirva o SNS

Exigimos uma ministra que sirva o SNS

A intransigência do Ministério da Saúde de Ana Paula Martins é responsável pela continuação da falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pelo encerramento de serviços de urgência, colocando grávidas e crianças em risco, ao obrigá-las à deslocação de centenas de quilómetros.

A manipulação mediática a que se tem dedicado e o estado em que se encontra o serviço público leva os médicos a exigir uma ministra que sirva ao SNS.

Os médicos continuam a faltar no SNS devido à inflexibilidade de Ana Paula Martins (APM) em negociar soluções para os fixar. No seu invés, somos sujeitos a medidas que destroem o SNS e colocam a segurança dos utentes em risco, como o encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia, obrigando as grávidas de Leiria a percorrerem 200 quilómetros até ao Porto para terem os seus bebés. Vemos ainda as crianças de Chaves a serem atendidas em Vila Real e as de Viseu em Coimbra. Quase meio ano depois de tomar posse, A.P.M. sabe que qualquer tragédia que venha a acontecer é da sua inteira responsabilidade.

Assistimos ainda ao recurso sistemático à prestação de serviço e ao trabalho suplementar com equipas esgotadas e em mínimos, com grande risco de erro médico e elevado custo orçamental. Por outro lado, A.P.M. mantém 1,6 milhões de utentes sem médico de família, mesmo após o apagamento indevido de utentes dos ficheiros.

Os médicos continuam a sair do SNS para o sector privado e estrangeiro, pois somos dos mais mal pagos da Europa e com condições de trabalho degradadas. Há hospitais universitários onde falta papel higiénico, há cadeiras rotas e gabinetes onde chove, colocando em risco a segurança de utentes e profissionais de saúde.

A Federação Nacional dos Médicos apresentou soluções para garantir mais médicos no SNS, mas A.P.M. faz de conta que negoceia e empurra de forma irresponsável a revisão salarial para 2025. Condena-nos a sermos os únicos profissionais da Administração Pública com 40 horas de trabalho normal semanal, além das centenas de horas suplementares que estamos obrigados a cumprir. A.P.M. rejeita medidas, mesmo sem qualquer tipo de impacto orçamental, como a reintegração dos internos na carreira médica.

A teimosia, intransigência e falta de vontade política para uma negociação competente leva-nos a exigir uma ministra que sirva ao SNS. Sem soluções, a FNAM será obrigada a endurecer a luta por salários justos e condições de trabalho dignas para os 31 mil médicos do SNS, na defesa acérrima do serviço público acessível e de qualidade a toda a população.


Joana Bordalo e Sá, Presidente da FNAM.

Expresso, 9 de agosto de 2024

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