A Federação Nacional dos Médicos junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, defendendo os direitos, aspirações e interesses dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde.  A Federação Nacional dos Médicos junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, defendendo os direitos, aspirações e interesses dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde. 

Notícias e Comunicados

Greve de Médicos

Comunicado conjunto: Balanço da Greve Nacional Médica

No final do terceiro dia de Greve, a FNAM e o SIM saúdam os milhares de médicos que aderiram à greve pela dignificação das condições de trabalho, consolidação e defesa do SNS, e pelo aumento do investimento na Saúde.

Saudamos a compreensão da maioria dos portugueses pelos incómodos causados por esta muito expressiva adesão, apesar de "disfarçada” pelo recurso cada vez maior a empresas prestadoras de serviços médicos.

O Governo não se pode refugiar em proclamar «o direito constitucional à Greve», atribuir razão aos médicos e concordar com mais de 90% dos motivos da Greve e depois nada fazer. Tem de agir e negociar de modo efetivo e sério.

Estes três dias constituíram um momento de combate e de demonstração de força, de determinação e de justeza das posições dos médicos, expressas pelos sindicatos.

Terminada esta greve é tempo de iniciar imediatamente negociações sérias para as matérias que constam dos avisos prévios de greve, nomeadamente:

  • Diminuir as listas de espera para cirurgia e consultas, que em alguns casos chegam aos dois anos;
  • Reduzir o período normal de trabalho em Serviço de Urgência de 18 para 12 horas semanais dentro do horário semanal, permitindo assim mais 6 horas por semana para consultas e cirurgias programadas.
  • Abrir concursos para médicos recém-especialistas sem atrasos, destacando-se desde já os médicos que concluíram a especialidade em abril de 2018, contribuindo-se assim para a redução das listas de espera cirúrgicas e redução do número de utentes sem Médico de Família.
  • Iniciar a revisão da carreira médica e das grelhas salariais, tal como acordado em 2012 durante a intervenção da troika, estancando desta forma a sangria de médicos para o setor privado e para o estrangeiro.
  • Iniciar imediatamente a implementação do score de complexidade e definição do limite máximo da lista de utentes em unidades de score correspondentes a 1.500 utentes, possibilitando assim um efetivo acesso dos utentes ao seu Médico de Família, o que é impossível com os atuais 1.900 utentes por médico.

Assim, exige-se o início imediato do processo negocial, com presença dos Ministros da Saúde e das Finanças, demonstrando-lhe que não se aumentam os gastos, antes pelo contrário. Pondo fim à insensibilidade política para a resolução dos problemas dos utentes e dos médicos.

Lisboa, 10 de maio de 2018

O Presidente da FNAM,
João Proença

O Secretário-Geral do SIM,
Jorge Roque da Cunha

Greve de Médicos

Comunicado conjunto SIM/FNAM: segundo dia de Greve Nacional Médica

Neste segundo dia de greve nacional médica os sindicatos destacam a expressiva adesão dos médicos à greve, com várias unidades com adesões de 100%, maioria dos blocos operatórios com paragem da atividade na ordem dos 90% e unidades dos cuidados de saúde primários com adesão superior a 80%.

Mas contrapondo a este enorme descontentamento dos médicos perante a situação atual da Saúde, assiste-se à inqualificável insensibilidade do Ministro da Saúde, do Ministro das Finanças e do Primeiro-Ministro que não aceitam as múltiplas propostas sindicais para negociar.

De facto, nunca tinha acontecido uma não negociação como a que se tem verificado nos últimos dois anos por parte do Ministério da Saúde, sem contrapropostas às propostas do SIM e FNAM ou sequer atas das reuniões.

Um dos argumentos recorrentes do Ministério da Saúde é que não há dinheiro para implementar as medidas propostas pelos sindicatos sejam elas quais forem.

No entanto, ao mesmo tempo são injetados milhares de milhões de euros nos bancos, dos quais 450 milhões em 2018 só para o Novo Banco e são gastos 120 milhões de euros com empresas de trabalho médico temporário.

Mantém-se o subfinanciamento da Saúde apesar de em 2017 termos assistido à maior carga fiscal dos últimos 22 anos e apesar dos alertas para a necessidade de investimento na Saúde que vêm de inúmeras entidades: Conselho das Finanças Públicas, Presidente da República, Organização Mundial da Saúde, Comissão Europeia, OCDE, entre outros.

A greve dos médicos é pela melhoria das condições de trabalho, que permitam o mais importante: serviços de qualidade, dignos e responsáveis, em que os utentes sejam bem atendidos e tratados.

Saudamos os Colegas que fizeram greve e apelamos a que amanhã continuem a mesma em defesa do Serviço Nacional de Saúde, greve esta que tem contado também com o apoio e solidariedade dos utentes.

Lisboa, 9 de maio de 2018

O Secretário-Geral do SIM,
Jorge Roque da Cunha

O Presidente da FNAM,
João Proença

Greve de Médicos

Sindicatos médicos saúdam participação dos médicos na greve

O Secretário Geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Presidente da FNAM saúdam a participação dos médicos neste primeiro dia de greve, 8 de Maio de 2018, em protesto contra esta política de saúde, com uma adesão próxima dos 90% nos blocos operatórios a nível nacional e de 80% nos cuidados primários de saúde e consultas externas, agradecendo também a profunda compreensão dos utentes por esta greve, assim como a presença de toda a comunicação social.

Lisboa, 8 de Maio de 2018

Jorge Paulo Roque da Cunha, Secretário Geral do SIM

João Proença, Presidente da FNAM

Greve de Médicos

Greve de Médicos: 8, 9 e 10 de Maio

Tem início hoje a greve de três dias – 8, 9 e 10 de Maio - convocada por todos os sindicatos médicos, a FNAM – Federação Nacional dos Médicos (integrando o SMN – Sindicato dos Médicos do Norte, o SMZC – Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o SMZS – Sindicato dos Médicos da Zona Sul) e o SIM – Sindicato Independente dos Médicos.

É, também, hoje, 8 de Maio, às 15h, frente ao Ministério da Saúde, que tem lugar uma concentração de médicos, convocada pela FNAM.

São vários motivos que levam os médicos à greve, após o impasse das negociações com o Ministério da Saúde. Entre os objectivos da greve, destacam-se o desencadeamento imediato do processo de revisão da carreira médica e das respectivas grelhas salariais, bem como o descongelamento imediato da progressão da carreira médica e a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos, com a diminuição da idade da reforma.

O combate à existência de médicos indiferenciados, definindo um conjunto de medidas que garanta o acesso à formação médica especializada, é outro dos objectivos, particularmente após a aprovação do novo regime jurídico do internato médico.

A diminuição do trabalho suplementar anual, das actuais 200 horas para as 150 horas, em conformidade com a restante Função Pública, o limite de 12 horas de trabalho semanal em Serviço de Urgência e o reajustamento das listas de utentes dos Médicos de Família, de 1.900 para 1.550 utentes, são ainda outras reivindicações da FNAM.

Num contexto de atrasos na abertura de concursos para os médicos recém-especialistas, a FNAM também defende a abertura atempada desses concursos, bem como a abertura imediata dos vários concursos de progressão na carreira médica e dos concursos de mobilidade e de provimento.

Durante a greve estão assegurados os serviços mínimos indispensáveis à satisfação das necessidades sociais impreteríveis. Assim, o trabalho médico estará assegurado como em qualquer domingo ou feriado, garantindo, também, a prestação de cuidados como a quimioterapia e radioterapia, a diálise, a urgência interna, a imunohemoterapia com ligação aos dadores de sangue e recolha de órgãos e transplantes, os cuidados paliativos em internamento, a punção folicular e os actos indispensáveis para a dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hospitalar.

Todos os médicos podem aderir livremente à greve, não devendo os mesmos comparecer ao serviço nem assinar as folhas de ponto.

Exame

FNAM repudia o pagamento para a prova de acesso à formação médica

O novo modelo da Prova Nacional de Acesso à Formação Especializada foi publicado no passado dia 4 de Maio, pelo Despacho n.º 4412/2018, onde consta a obrigatoriedade de pagamento de 90 euros pela candidatura ao concurso de acesso à formação especializada, com a agravante da  actualização a cada 2 anos.

O Ministério da Saúde, mais uma vez, penaliza os médicos ao dificultar o acesso à formação pós-graduada, discriminando os candidatos de acordo com a sua capacidade económica.

Após ter permitido a indiferenciação médica ao estabelecer como requisito para a prática apenas a frequência da «formação geral» (antigo ano comum), o Ministério da Saúde coloca agora mais um entrave para a especialização médica.

A política demolidora do SNS está patente nesta completa precarização dos médicos, promovendo a mão-de-obra barata à mercê de empresas de prestação de serviços e dos grandes grupos económicos, com graves consequências para a qualidade dos cuidados prestados à população portuguesa.

A FNAM reitera a sua total oposição ao pagamento da prova nacional de acesso, que põe em causa o direito constitucional da igualdade de oportunidades.

Atraso

Incumprimento do Ministério da Saúde prejudica utentes de áreas carenciadas

O Ministério da Saúde tinha, legalmente, até ao dia 30 de Março para identificar os postos de trabalho médicos em zonas carenciadas, mas não o fez. Desta forma, o Ministério da Saúde tem falhado os seus próprios objectivos e prazos estipulados.

O decreto de lei (DL) n.º 15/2017, de 27 de Janeiro, que estabelece os termos e as condições da atribuição de incentivos à mobilidade geográfica para zonas carenciadas de trabalhadores médicos, estabelecia que «a identificação, por especialidade médica, dos serviços e estabelecimentos de saúde [...] faz-se anualmente, no primeiro trimestre de cada ano, por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da saúde» (cfr. n.º 2, do art. 5º). No entanto, até à data não foi tornado público qualquer levantamento destas necessidades nas zonas carenciadas.

A este atraso, da responsabilidade do Ministério da Saúde e do Ministério das Finanças, somam-se outros, como o da abertura dos concursos para médicos recém-especialistas de 2017 ou o incumprimento da definição das vagas carenciadas para 2018, que deveriam ter sido definidas em Janeiro.

Ano após ano, continua a não ser possível estabelecer um calendário exequível de concursos na carreira médica e são flagrantes as violações das normas jurídicas para impor algum tipo de calendarização. Infelizmente, ano após ano, o problema da colocação de médicos por via de concurso continua a não responder às necessidades do Serviço Nacional de Saúde nem aos anseios dos trabalhadores médicos e dos utentes.

São reconhecidas, há muito, as assimetrias da distribuição dos médicos no país, com claro prejuízo para os cidadãos de zonas carenciadas, cujo acesso a cuidados de saúde é muito mais difícil. Por isso, foi criada, em 2015 (DL n.º 101/2015, de 4 de Junho, posteriormente revista em 2017), legislação específica para tentar diminuir estas assimetrias, definindo as «alterações substantivas em matérias de incentivos de natureza diversa no sentido de capacitar os serviços com a colocação efectiva de um maior número de profissionais tendo em vista a melhoria do nível de acesso aos cuidados de saúde por parte da população».

Na altura, a FNAM mostrou o seu desacordo com a proposta, tecendo duras críticas devido à falta de ambição e às limitações do DL n.º 101/2015, por não estender esses incentivos - remuneratórios ou não - aos médicos já a trabalhar nos locais em questão. Mais grave ainda foi, posteriormente, o despacho n.º 1788-B/2017, de 27 de Fevereiro, que determinou a abertura do procedimento de recrutamento e mobilidade de pessoal médico, limitando os incentivos a 150 postos de trabalho, ainda que tenham sido identificados mais de 300 postos de trabalho em falta nas zonas carenciadas.

O Ministério da Saúde continua a boicotar as suas próprias medidas, prejudicando a população portuguesa.

FNAM emitiu pré-aviso que oficializa greve de médicos para 8, 9 e 10 de Maio

Os sindicatos integrados na Federação Nacional dos Médicos enviaram esta tarde o pré-aviso de greve para o Ministério da Saúde, oficializando a greve dos dias 8, 9 e 10 de Maio.

São vários motivos que levam os médicos à greve, após o impasse das negociações com o Ministério da Saúde. Entre os objectivos da greve, destacam-se o desencadeamento imediato do processo de revisão da carreira médica e das respectivas grelhas salariais, bem como o descongelamento imediato da progressão da carreira médica e a criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos, com a diminuição da idade da reforma.

O combate à existência de médicos indiferenciados, definindo um conjunto de medidas que garanta o acesso à formação médica especializada, é outro dos objectivos, particularmente após a aprovação do regime jurídico do internato médico.

A diminuição do trabalho suplementar anual, das actuais 200 horas para as 150 horas, em conformidade com a restante Função Pública, o limite de 12 horas de trabalho semanal em Serviço de Urgência e o reajustamento das listas de utentes dos Médicos de Família, de 1.900 para 1.550 utentes, são ainda outras reivindicações da FNAM.

Num contexto de atrasos na abertura de concursos para os médicos recém-especialistas, a FNAM também defende a abertura atempada desses concursos, bem como a abertura imediata dos vários concursos de progressão na carreira médica e dos concursos de mobilidade e de provimento.

O aviso prévio de greve também define os serviços mínimos indispensáveis à satisfação das necessidades sociais impreteríveis. Assim, o trabalho médico estará assegurado como em qualquer domingo ou feriado, garantindo, também, a prestação de cuidados como a quimioterapia e radioterapia, a diálise, a urgência interna, a imunohemoterapia com ligação aos dadores de sangue e recolha de órgãos e transplantes, os cuidados paliativos em internamento, a punção folicular e os actos indispensáveis para a dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hospitalar.

Todos os médicos podem aderir livremente à greve, mesmo os que não são sindicalizados, não devendo os mesmos comparecer ao serviço nem assinar as folhas de ponto.

 

Propostas da FNAM para o regime jurídico do Internato Médico

Hoje, às 9h30, na reunião plenária da Assembleia da República, vai ser debatida a «Situação da saúde em Portugal», a pedido do Partido Social Democrata, e serão discutidas as apreciações parlamentares do Bloco de Esquerda (n.º 54/XIII/3.ª) e do Partido Comunista Português (n.º 55/XIII/3.ª) sobre o Decreto-Lei n.º 13/2018que «Define o regime jurídico da formação médica pós-graduada, designada de internato médico, e estabelece os princípios gerais a que deve obedecer o respetivo processo».

A FNAM esteve presente na audição pública promovida pelo BE sobre este assunto e reuniu com o PCP, onde apresentou uma série de propostas relativas ao novo regime do internato médico:

1. Eliminação da desagregação entre «formação geral» e «específica»;

2. Proposta de prolongamento da «formação geral», antigo «ano comum», para 2 anos (que já existiu);

3. A manter-se apenas um ano de formação base, a autonomia deveria ser atribuída apenas no fim do 1.º ano da formação específica, obrigando assim ao processo contínuo de formação

4. Eliminação do pagamento direto para a realização de qualquer prova

5. A prova nacional deverá ser de «seriação» e não de «acesso» (forma subliminar de realizar uma prova de avaliação, que nós somos formalmente contra)

6. A alínea a) do ponto 3 do mesmo art.º 38.º, deveria ser substituída por «classificação final da Licenciatura ou mestrado integrado em Medicina»

7. Discordamos da ponderação excessiva que é atribuída à prova de seriação/acesso.

8. Introdução de dois representantes dos Sindicatos Médicos, na constituição do Conselho Nacional do Internato Médico;

9. Eliminação do conteúdo atual referente às «vagas preferenciais» – a motivação para ingresso dos médicos em estabelecimentos carenciados deve ser atrativa e não punitiva, propondo-se:

a. Majoração salarial;

b. Valorização pontual no sistema de avaliação de progressão na

carreira;

c. Aumento do número de dias de férias;

d. Facilidade para deslocação do cônjuge em termos contratuais;

e. Asseguramento de estabelecimento escolar para filhos/dependentes;

f. Abertura de vagas para a formação específica em anos sequenciais, tornando os serviços mais atrativos e competitivos em termos formativos;

g. Aumento do número de dias anuais para formação em comissão de serviço;

h. Apoio monetário por parte do estabelecimento de saúde para formações;

10. Em relação ao ponto 8, art.º 37.º, discordamos do mesmo porque põe em causa a liberdade contratual do médico e penaliza o SNS.

11. Atribuição de suplementos remuneratórios (e ajustamento de lista de utentes no caso da medicina geral e familiar, com a devida redução da carga laboral) para desempenhar as funções de Orientador de Formação (OF) e para os membros dos órgãos do IM;

12. Definição do tempo necessário para o desempenho das funções dos membros dos órgãos do IM;

13. Oposição ao limite máximo de 3 horas semanais para desempenho das funções de OF, sem ter em conta o número de internos;

14. Atribuição do regime remuneratório da categoria de assistente no âmbito da carreira especial médica, imediatamente após a atribuição do grau de especialista;

15. Obrigatoriedade de abertura de concursos no prazo de 1 mês após o término da especialidade.

 

Ministério desmarca reunião agendada com os Sindicatos Médicos

A Comissão Executiva da FNAM, reunida a 28 de março de 2018, vem tornar pública a sua indignação sobre a atitude deste ministério que, mais uma vez, sem apresentar qualquer justificação, adia a reunião agendada para hoje.

Constata-se objetivamente a recusa em negociar e o total desrespeito e falta de consideração pelos médicos.

A FNAM reitera as suas reivindicações, já tornadas, públicas para as quais continua sem obter qualquer resposta.

Este Ministério da Saúde não nos dá alternativa que não seja mantermos as formas de luta já anunciadas, nomeadamente a greve agendada para os dias 8, 9 e 10 de Maio!

A unidade dos médicos como elemento vital da defesa dos seus legítimos interesses e direitos sócio-profissionais

Face ao inadmissível arrastamento negocial e à atitude deliberada das delegações ministeriais/governamentais de boicotar a discussão e a resolução dos vários problemas reivindicativos, entendeu o Conselho Nacional da FNAM que se tornava urgente adoptar uma posição de força, tendo por isso decidido marcar uma greve de 3 dias para o mês de Abril.

No entanto, sempre considerámos que a unidade dos médicos deveria ser salvaguardada, esgotando todas as possibilidades de convergência entre as 2 organizações sindicais e entre estas e a Ordem dos Médicos e demais estruturas.

Nesse sentido, realizaram-se reuniões, onde foram debatidas as diferentes perspectivas, procurando sempre privilegiar a unidade de acção.

Como resultado directo desses esforços de convergência foi tomada a decisão se fazer mais uma greve conjunta para os dias 8, 9 e 10 de Maio.

Para a FNAM, a unidade dos médicos e das suas organizações não é um recurso panfletário, mas corresponde a uma determinação programática.

Para a FNAM, a unidade faz-se entre diferentes, e por isso torna-se incontornável discutir as diferenças e saber, sem clubismos estéreis, encontrar os denominadores comuns, na certeza de que a gravidade dos problemas que nos afectam  e dos ataques em curso para desintegrar a profissão médica e alienar competências próprias dos médicos atingiram níveis alarmantes que não permitem divisões evitáveis na acção reivindicativa.

Quando os interesses dos médicos se sobrepõem a quaisquer outros, os esforços de convergência são sinais de maturidade e de elevado sentido de responsabilidade.

A Greve marcada para Maio constitui um inequívoco exemplo desses esforços.

 

Lisboa, 20/3/2018

A Comissão Executiva da FNAM 

 

FNAM solidária com luta dos médicos de Pediatria de Évora

A equipa de pediatria do Hospital Espírito Santo de Évora, E.P.E. expôs publicamente, esta semana, a situação de rotura do Serviço de Urgência Pediátrica, numa carta dirigida ao Presidente do Conselho de Administração do Hospital e enviada também à FNAM.

«Termos actualmente uma equipa exausta, envelhecida, insuficiente para assegurar as necessidades do Serviço, que trabalha para além dos limites legais e humanamente razoáveis. A escala de Urgência de Pediatria está actualmente em rotura», denunciam os pediatras no documento.

A situação é de tal forma grave que os médicos alertam para a impossibilidade de assegurar a totalidade dos dias de urgência e, já em março, haverá períodos de 12h sem pediatra escalado no Serviço de Urgência.

FNAM está solidária com a luta dos médicos do serviço de Pediatria de Évora, exigindo ao Ministério da Saúde a rápida resposta na melhoria das condições de trabalho desses médicos, assim como rápida abertura de concurso para recrutamento de mais médicos pediatras para esse serviço.

Na reunião com a FNAM, o Ministério da Saúde continua a não dar resposta aos problemas da Saúde

Após a reunião do dia 8 de março com a equipa do Ministério da Saúde, a FNAM considera que o Ministério continua a adiar as negociações, não respondendo à maior parte dos problemas apresentados.

Apesar da alteração de 200 para 150 horas anuais como limite de trabalho extraordinário para serviço de urgência, em igualdade à restante Função Pública, estar a ser equacionada para 1 de abril de 2018, mantém-se o impasse na alteração de 18 para 12 horas de serviço de urgência dentro do horário normal de trabalho, bem como a diminuição da lista de utentes.

Este Ministério teima em arrastar as negociações, alegando que necessita de «grupos de trabalho» para estudar o impacto da diminuição do número de horas de urgência. Esclareça-se desde já: a mudança de 18 para 12 horas em serviço de urgência é uma reposição de uma medida imposta pela «troika».

O Ministério da Saúde também defende a necessidade de outro «grupo de trabalho» para estudar a diminuição da lista de utentes, por considerar ser necessária a revisão da forma de contabilização do número de utentes. A questão é que este Ministério está a rever a lista de utentes desde o início da sua legislatura e a ausência de conclusões só demonstra uma grande incapacidade de gestão, além de se ter esquecido que a diminuição da lista de utentes é também ela uma reposição de uma medida imposta pela «troika».

O Ministério da Saúde não foi capaz de responder sobre o que vai fazer aos médicos indiferenciados, resultantes da promulgação do novo Decreto-Lei do Internato Médico, apenas comentando que será um «problema».

Também não foi capaz de responder ao facto de ter aberto apenas 500 vagas para os recém-especialistas da área hospitalar. Confrontado com os números dos contratos individuais efetuados diretamente pelos hospitais, a resposta foi o silêncio.

Quanto aos concursos para colocação dos médicos especialistas, os atrasados são «outro problema», mas afirmou que a partir deste momento esta questão será resolvida.

Quanto à negociação das carreiras e grelhas salariais, foi afirmado pela Secretária de Estado, Dra. Rosa Valente de Matos, que «neste ano não há espaço para isso» e quanto ao subsídio de risco e penosidade, afirmou também que não é matéria da responsabilidade do Ministério da Saúde.

Não houve qualquer resposta ou proposta para todas as outras questões constantes do caderno reivindicativo da FNAM.

Chega! Os médicos dizem basta!

A FNAM reitera as suas reivindicações:

  • Revisão da Carreira e das Grelhas Salariais tendo por base o regime de 35 horas;
  • Descongelamento imediato da carreira médica com a devida progressão salarial;
  • Dar um médico de família a todos os cidadãos, acabando-se com as quotas para a criação de USF de modelo B;
  • A qualidade dos cuidados prestados aos doentes com o retorno para serviços de urgência de 12 horas e listas com 1917 Unidades Ponderadas equivalente a 1550 utentes;
  • Abertura de concursos anuais para médicos em épocas fixas e céleres de provimento de Assistente e Assistente Graduado Sénior e habilitação ao grau de Consultor;
  • A criação de um estatuto profissional de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos;
  • Recusa da existência de médicos indiferenciados, exigindo-se mapa de vagas anuais consentâneos com as necessidades do país, e formação pós-graduada.


A Comissão Executiva da FNAM
10.03.2018