A Federação Nacional dos Médicos junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, defendendo os direitos, aspirações e interesses dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde.  A Federação Nacional dos Médicos junta o Sindicato dos Médicos do Norte, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, defendendo os direitos, aspirações e interesses dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde. 

Notícias e Comunicados

Reunião com o Ministério da Saúde de dia 21.12.2018

No dia 21.12.2018 os sindicatos médicos reuniram com a Ministra da Saúde e manifestaram a sua apreensão perante o crescente clima de insatisfação.

A FNAM expôs, como preocupações urgentes, a ausência de descongelamento da progressão na carreira, a insistência em manter um sistema de avaliação (SIADAP) inaplicável e a escandalosa inoperacionalidade dos sistemas informáticos, que põe em causa os cuidados médicos prestados aos doentes.

A Ministra da Saúde insiste que, na atual legislatura, não haverão aumentos salariais para nenhuma das carreiras na área da saúde.  

Mostrou disponibilidade para, num curto prazo, haver acordo quanto a:

Harmonização do regime de férias aplicável aos trabalhadores médicos, independentemente do vínculo contratual (CIT, CTFP); 

- Esclarecimento, por Circular, sobre o devido pagamento do trabalho noturno no período entre as 7 às 8 horas da manhã, para os trabalhadores sindicalizados; 

- Regulamentação dos concursos de mobilidade para os médicos hospitalares e de saúde pública, 

- Colocação a concurso das vagas ocupadas pelos médicos aposentados 

- Redução do limite anual das horas extraordinárias em Serviço de Urgência (SU), das 200 para as 150 horas.

Informou ainda do trabalho em progresso relativo à atribuição do suplemento remuneratório aos médicos em funções de autoridade de saúde e extensão do regime de disponibilidade previsto a todos os médicos de Saúde Pública, a formulação das normas e disciplina do trabalho médico, o regime remuneratório inerente ao exercício de funções de direção e chefia, e a aplicação da progressão a todos os médicos, incluindo os que transitaram para o novo regime das 40h.

Foi discutida a necessidade premente de revisão do sistema de avaliação dos médicos. Para tal, foi constituído um grupo de trabalho que reunirá no próximo dia 10 de janeiro.

Ficam por responder problemas estruturais, como a negociação das carreiras médicas e grelhas salariais, bem como a passagem das 18 para as 12 horas em SU e reformulação da lista de utentes dos médicos de família.

A próxima reunião está agendada para o dia 23.01.2019.

A FNAM manterá a sua postura de defesa dos direitos dos médicos e encetará todas as formas de luta necessárias para preservar a dignidade da profissão.

Ministério da Saúde

Sobre a reunião dos sindicatos médicos com o Ministério da Saúde

Na reunião realizada no dia 30/11/2018, às 10 horas, com a presença da Senhora Ministra da Saúde, acompanhada por duas assessoras, e dos Sindicatos Médicos – FNAM, representada pela Comissão Executiva e pelo seu Presidente, e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), representado pelo seu Secretário-Geral e por membros do seu Secretariado Nacional – decorreu em regime de cordialidade e frontalidade. Desta reunião será efetivada uma ata que será apresentada aos sindicatos antes da futura reunião calendarizada para o dia 21 de Dezembro, às 10 horas.

Foi definida, na discussão, a resolução de problemas dos cadernos reivindicativos a resolver dentro da legislatura:

  • Suplemento de autoridade de saúde para os médicos de Saúde Pública;
  • Equalização no número de dias de férias dos Contratos Individuais de Trabalho (CIT) em relação aos Contratos de Trabalho em Funções Públicas (CTFP) e reposição integral dos direitos prévios ao Programa de Assistência Económica e Financeira;
  • Descongelamento da progressão salarial (incluindo médicos que transitam para as 40 horas);
  • Passagem das 200 para as 150 horas anuais em Serviço de Urgência, em igualdade com os restantes trabalhadores da Função Pública (FP);
  • Abertura de concursos de mobilidade hospitalar e aplicação das mesmas condições de mobilidade para a Medicina Geral e Familiar em CIT e em CTFP;
  • Aplicação do regime de disponibilidade permanente para os médicos de Saúde Pública do Instituto Ricardo Jorge e Direção Geral da Saúde;
  • Regularização do pagamento do trabalho noturno para os médicos sindicalizados, das 7h às 8h, nos locais onde se processa incorretamente;
  • Concursos de provimento para assistentes 30 dias após a homologação das notas (Lei 55/2018);
  • Colocação em concurso das vagas ocupadas por médicos reformados.

O restante caderno reivindicativo terá uma calendarização com a constituição de mesas negociais na próxima reunião dia 21 de Dezembro.

Computador

Caos informático instalado no SNS

Desde o início da informatização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem sido constante a incapacidade dos sucessivos governos em «informatizar sem perturbar». E vários são os relatos de falhas, tanto nos centros de saúde como nos hospitais.

Os médicos têm diariamente à sua frente distintos programas informáticos para prestar cuidados a um só doente: PEM para passar receitas, SClinic (ou outro sistema de acordo com a instituição) para registar informação médica no internamento e consulta, ALERT/SIRIU (ou outro sistema de acordo com a instituição) para registar informação no serviço de urgência, SER para registo de saúde eletrónicoSGTD para requisitar transporte de doentes, aplicações para consultar análises, aplicações para emitir pedidos de meios complementares de diagnóstico (cada tipo de exame tem a sua aplicação) e assim por diante… o que corresponde a dezenas de «cliques» por consulta, a minutos de espera e a um desespero total!

Como se não bastasse, os programas frequentemente «vão abaixo», bloqueiam ou simplesmente não funcionam. Uma opção seria usar papel, mas este foi «proibido» e assim o médico e o utente ficam completamente reféns do sistema. 

As aplicações informáticas não podem constituir obstáculos à relação médico-doente, nem podem desviar-se da sua função principal como sistemas de apoio. Ora a implementação dos sistemas de informação no SNS tem-se caracterizado pela total displicência, uma ausência de respeito pelos profissionais, graves atentados à privacidade dos cidadãos (veja-se o caso do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo) e por um nepotismo tutelar que colocam em grave risco a qualidade dos cuidados de saúde prestados aos nossos doentes. 

A FNAM pede responsabilidades à gestão dos sistemas de informação – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) – pela sua conduta inconsequente, a rápida intervenção da Ministra da Saúde e a substituição da atual equipa dos SPMS.

O Conselho Nacional da FNAM

Médico

Comunicado do Conselho Nacional da FNAM

O Conselho Nacional da FNAM fez uma análise à situação dos médicos e do SNS, irá procurar plataformas de entendimento com sindicatos de outros sectores profissionais e espera que a substituição do Ministro da Saúde possa corresponder a uma nova postura negocial.

O Conselho Nacional da FNAM, reunido a 13 de outubro de 2018, fez uma análise da atual situação dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O completo desrespeito pela carreira médica e pelos seus profissionais dedicados tem sido uma constante na postura ministerial. Este governo tem-se recusado a ver o evidente: o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é mantido essencialmente pelo esforço dos médicos e dos outros profissionais de saúde que prestam cuidados à população, trabalhando em condições adversas, devido à falta de recursos humanos e materiais.

Este governo, não só desrespeita os seus profissionais médicos mas também os doentes, permitindo que estes sejam muitas vezes tratados em condições desumanas, inadmissíveis num país considerado desenvolvido.

A FNAM vê com grande apreensão e considera inaceitável: a ausência de medidas que promovam uma verdadeira reforma hospitalar; o avanço de uma contrarreforma nos Cuidados de Saúde Primários; a contínua recusa do governo em descongelar a carreira médica, atrasando deliberadamente a contagem do tempo de serviço, bem como a atitude enganadora em volta dos médicos que aumentaram o tempo de trabalho.

A FNAM manifesta extrema preocupação com o futuro do SNS, mas mantém a confiança de que só um SNS com gestão pública de qualidade é que permite o acesso universal e gratuito aos cuidados de saúde – um direito básico de todo o ser humano.

A FNAM responde a esta política destruidora do SNS com uma conduta séria e determinada de defesa do SNS, e irá procurar plataformas de entendimento com sindicatos de outros sectores profissionais da saúde para a adopção de formas de luta conjuntas.

A FNAM, tendo entretanto tomado conhecimento da substituição do ministro da Saúde, cumprimenta desde já a nova ministra, Marta Temido, e espera que esta mudança possa corresponder a uma nova postura do Ministério da Saúde: de aposta no Serviço Nacional de Saúde, de respeito e dignificação do serviço público dos médicos e a um novo e sério processo negocial.

Greve dos Enfermeiros

FNAM saúda greve dos enfermeiros

A FNAM saúda o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e demais organizações de enfermeiros pela greve, convocada para os dias 10, 11, 16, 17, 18 e 19 de Outubro, e pela sua luta, em particular pelas concentrações regionais no dia 11 e pela manifestação nacional no dia 19, em frente ao Ministério da Saúde.

A luta dos enfermeiros pela dignificação da sua carreira e pela valorização da grelha salarial é também uma luta em defesa do Serviço Nacional de Saúde.

A FNAM tem acompanhado o primeiro dia de greve e saúda a sua importante e significativa adesão por parte dos enfermeiros.

A Comissão Executiva da FNAM

Luta dos professores

FNAM saúda greve dos professores

A FNAM saúda a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e demais organizações de professores pela sua greve, que teve início no dia 1 de Outubro e que se prolongou até ao dia 4 de Outubro, e pela sua manifestação nacional do dia 5 de Outubro, em Lisboa.

A educação, um dos pilares fundamentais do Estado Social, tem sido um dos alvos de destruição dos sucessivos governos, através de uma política da desmotivação e não reconhecimentos dos seus profissionais. Exemplo é a recusa premente. da parte do Ministério da Educação, em descongelar a carreira destes profissionais.

A FNAM solidariza-se e apoia a luta dos professores.

A Comissão Executiva da FNAM

ACES Almada-Seixal

SMZS denuncia criminalmente Director Executivo do ACES Almada-Seixal por uso ilegal de dados privados e intimidação de dirigente sindical

O Director Executivo (DE) do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Almada-Seixal, Enf. Luís Amaro, numa atitude abusiva de devassa de dados privados, tornou pública informação interna do grupo electrónico fechado e confidencial do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), à qual teve acesso indevido e da qual se apropriou ilegalmente, tendo esta sido divulgada a todos os médicos do referido ACES.

Tratava-se de informação acerca do prolongamento do horário dos médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF) desse agrupamento de centros de saúde, que o DE pretende instituir não cumprindo as devidas normas legais. Neste grupo electrónico eram discutidas as medidas político-sindicais que se deveriam tomar contra essa imposição prepotente e ilegal.

Adicionalmente, o DE enviou um e-mail a todos os médicos desse agrupamento exigindo a um dirigente sindical do SMZS um pedido de desculpas público, afirmando ter enviado o mesmo e-mail para o Ministro da Saúde e para a Secretária de Estado da Saúde, numa atitude de clara intimidação de um dirigente sindical.

Esta atitude anti-democrática, típica dos regimes ditatoriais, revela a essência deste nomeado político, que não pode continuar como dirigente dum organismo público, uma vez que utilizou dados confidenciais de uma organização sindical para tentar perseguir um dirigente sindical e condicionar os direitos legais dos médicos desse agrupamento.

Face à gravidade dos factos descritos, o SMZS vai proceder criminalmente contra este director e exigir a sua rápida substituição.

Simultaneamente, o SMZS irá promover uma reunião sindical no ACES Almada-Seixal para discutir formas de luta que impeçam esta medida arbitrária sobre o horário de trabalho dos médicos.

A este propósito, o SMZS exige o pagamento de horas suplementares, horas incómodas e direito a descanso compensatório. A dispensa de realização de atendimento complementar para os médicos acima dos 55 anos terá de ser obrigatória se o médico o pretender. O SMZS exige também o cumprimento do Regulamento do Internato Médico que impede que internos façam atendimento autonomamente não acompanhados por médico especialista.

Lisboa, 20 de Setembro de 2018
A Direcção do SMZS

O documento para a política de Saúde do Conselho Estratégico Nacional do PSD é uma escandalosa assumpção da destruição do SNS

A divulgação, no dia 20 de Agosto, de uma notícia em alguns órgãos de comunicação sobre a elaboração de um documento relativo à política da saúde para o nosso país, a nível do Partido Social Democrata (PSD), implica as seguintes apreciações da parte da FNAM:

  1. Apesar das notícias não divulgarem o conteúdo desse documento, a referência a alguns dos seus princípios enquadradores revelam que estamos perante uma clara linha de orientação partidária visando a destruição do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o desencadeamento de um processo privatizador em benefício de empresas privadas que já subsistem à custa dos dinheiros públicos.
  2. Esses princípios enquadradores não podem suscitar qualquer dúvida sobre os reais objectivos desse documento porque são uma cópia dos mesmos «expedientes» lançados em diversos países para destruir os serviços públicos de saúde e proceder à sua integral privatização.
  3. O facto de o grupo de trabalho partidário que elaborou esse documento ser coordenado por um ex-ministro da saúde, Luís Filipe Pereira, que sempre se destacou por ter um assumido ódio visceral ao SNS, mostra bem os objectivos subjacentes a essa iniciativa.
  4. O facto de nesse grupo de trabalho estarem elementos que são assalariados de um grupo económico privado com negócios na área da saúde e que usufrui de dinheiros públicos, constitui uma intolerável promiscuidade entre interesses públicos e privados quando alguns intervenientes políticos tanto têm pregado a moralidade da vida política.
  5. A FNAM, que está obrigada por disposições estatutárias e pelo seu programa de acção a defender intransigentemente o SNS e as carreiras médicas, terá uma atitude interventiva de enorme empenhamento na contestação e denúncia destas políticas que visam a privatização da saúde e a destruição do SNS.

A assumpção desta posição político-partidária vai introduzir um novo factor de discussão nas próximas eleições nacionais que as tornarão num «plebiscito» à manutenção do SNS.

Lisboa, 21/08/2018

A Comissão Executiva da FNAM

O acesso aos médicos de família: que perspetivas a curto prazo?

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O número de médicos de família que se podem reformar neste ano é superior ao de recém-especialistas que acabam de concorrer para os centros de saúde.

Dados divulgados esta semana pelo Ministério da Saúde indicam que 351 candidatos responderam às 378 vagas nesta área, o que segundo o Governo permitirá atribuir médico de família a 500 mil utentes ainda fora das listas.

Mas é um cenário que pode piorar novamente a muito curto prazo, porque as projeções de aposentações de médicos de família para este ano apontam para 410 saídas.

Neste momento, cerca de 840 mil portugueses não têm médico de família formalmente atribuído.

Se o concurso que está previsto realizar no final deste ano se concretizar, para colocação dos médicos internos que acabarão a sua formação nesta especialidade em outubro próximo, poderemos atingir um saldo global de 2018 que acabe equilibrado (esta comparação tem por base apenas os especialistas que acabam a formação este ano).

No próximo ano, 2019, perspetiva-se um novo surto de saídas dos profissionais mais velhos: está previsto um pico de 509 reformas de médicos de família com 66 ou mais anos, 10% do total.

Até 2026, ano em que já se devem aposentar somente cerca de 50 especialistas, poderemos chegar ao número global superior a mil médicos que durante estes anos deixarão o Serviço Nacional de Saúde.

Naturalmente, que a acessibilidade aos médicos de família não se pode resumir à mera inscrição nas listas de utentes, colocando-se a imperiosa necessidade em dimensionar essas listas em termos que possibilitem o acesso aos cuidados de saúde em tempo útil, a qualidade assistencial e o desenvolvimento de programas preventivos.

Importa não repetir o comportamento do Governo anterior que numa ação de fácil propaganda política adotou uma medida contabilística de aumentar o número de inscritos nas listas de utentes, sabendo-se de antemão que essa dimensão das listas não permitiria assegurar em tempo útil o acesso e a qualidade da medicina geral e familiar.

A solução para garantir este direito constitucional tem de centrar-se numa adequada formação médica de novos especialistas nesta área, em mapas de vagas que a tornem uma prioridade, na realização atempada dos concursos de colocação dos médicos e numa política de saúde globalmente coerente para o SNS, de planeamento, de recursos humanos, de organização e de motivação dos profissionais, ao serviço dos portugueses e do País.

Médicos

A falácia do «sucesso» na colocação de médicos recém-especialistas

Após a conclusão do internato médico da especialidade em 2017, o Ministério da Saúde demorou um ano para a abertura do concurso de colocação dos médicos recém-especialistas. Para além do atraso no concurso, que implicou a saída destes médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), é de mencionar a total arbitrariedade na atribuição do número de vagas das respectivas especialidades.

Das 1.234 vagas do concurso de 2018 para colocação de recém-especialistas, apenas 380 foram atribuídas à Medicina Geral e Familiar (MGF), tratando-se de um número manifestamente insuficiente para colmatar as necessidades, sobretudo na Zona Sul do país – Lisboa, Setúbal, Alentejo e Algarve. Acresce ainda que as vagas atribuídas às Unidades de Saúde Familiar (USF) tipo B foram também elas diminutas, contrariando o programa deste Governo. É a total arbitrariedade nos critérios de atribuição das vagas, incluindo as chamadas «carenciadas».

É evidente que não é esta a postura ministerial que resolverá o deficit de médicos de família. Só uma Reforma dos Cuidados de Saúde Primários poderá refletir-se no funcionamento hospitalar, nomeadamente no acesso aos serviços de urgência.

A nível hospitalar, todos os dias somos confrontados com adiamento de cirurgias devido à falta de anestesistas. Não será por acaso que a maioria dos hospitais tem listas de espera superiores a oito meses e o Ministério da Saúde disponibiliza «cheques de cirurgia» aos privados a partir do terceiro mês em espera.

As vagas para a especialidade de Ginecologia e Obstetrícia foram escassas, enquanto que existem maternidades à beira da rotura, como é o caso da Maternidade Alfredo da Costa (Lisboa), do Hospital Dr. Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), do Hospital Garcia de Orta (Almada) e da Maternidade Bissaya Barreto (Coimbra). No entanto, o Hospital Amadora-Sintra foi autorizado a contratar médicos tarefeiros não-especialistas para realizar a urgência de Obstetrícia.

O Ministério tem de prestar esclarecimentos quanto à sua gestão dos recursos médicos:

  • Quais foram as vagas que não foram preenchidas? De que especialidades?
  • Porque é que o Ministério continua a contratar empresas prestadoras de serviços, em vez de abrir um número de vagas de acordo com as necessidades?
  • Porque continua a fomentar a falta de médicos especialistas, que põe em causa a continuidade da formação médica?

Os especialistas em Medicina Interna são insuficientes, passando os médicos internos a serem usados de forma abusiva e ilegal, sem a devida supervisão. No Hospital Egas Moniz, médicos internos de outras especialidades, como endocrinologia, pneumologia ou reumatologia, estão a «desempenhar o papel de médico internista», colmatando de forma falseada a insuficiência da especialidade em causa.

A incompetência na gestão de recursos humanos deste Ministério da Saúde, e consequentemente dos conselhos de administração dos hospitais, promove de forma escandalosa a transferência de doentes para a medicina privada dos grandes grupos económicos, subsidiada pela ADSE.

Exigimos critérios de transparência na avaliação das necessidades das vagas colocadas a concurso, bem como aos organismos envolvidos, de forma a serem responsabilizados pelas decisões.

A Comissão Executiva da FNAM
10 de Agosto de 2018

Contratação de médicos aposentados só após a colocação de todos os recém-especialistas

medicos aposentados

O Governo publicou em Diário da República, no dia 13 de julho, a autorização para 400 médicos aposentados trabalharem no Serviço Nacional de Saúde (SNS), antes mesmo de abrirem os concursos médicos para colocar as centenas de médicos recém-especialistas nas unidades do SNS.

A FNAM desde sempre defendeu que só poderia ocorrer a contratação de médicos aposentados após a colocação de todos os recém-especialistas.

Infelizmente, não é isso que tem acontecido nem é o que, pelos vistos, vai acontecer.

Chegou ao nosso conhecimento que vão ser renovados em breve os contratos de muitos médicos aposentados, nomeadamente na especialidade de Medicina Geral e Familiar, sem ter aberto o concurso para colocação dos novos especialistas, o que tem comprometido a colocação dessas vagas a concurso para poderem ser ocupadas pelos recéns especialistas.

Apesar da Lei Quadro do Orçamento de Estado exigir que todas as vagas ocupadas por aposentados sejam libertadas para os concursos, isso não está a ocorrer.

A FNAM exige a abertura imediata de concursos para os jovens especialistas, alertando mais uma vez que a incerteza quanto ao calendário, os atrasos nos concursos e a contratação de aposentados são fatores de saída de jovens médicos do SNS, incluindo a emigração.

João Semedo

Pesar pelo falecimento de João Semedo

A Federação Nacional dos Médicos expressa o seu pesar à família, amigos e companheiros de João Semedo, lembrando o seu profissionalismo enquanto médico e a sua luta política pela defesa do Serviço Nacional de Saúde público, universal e gratuito, como recentemente defendeu, em conjunto com António Arnaut, com a sua proposta para uma nova Lei de Bases da Saúde.