Primeiro o SNS, primeiro o SNS, primeiro o SNS.
O Governo comprometeu-se a desenvolver, em 60 dias, um Plano de Emergência para a Saúde (PES) para salvar o SNS da crise anunciada, para o verão e para todos os dias do ano. O Ministério da Saúde de Ana Paula Martins parece ter escolhido o caminho trilhado pelo seu antecessor, com políticas baseadas em medidas ineficazes e desestruturantes para o SNS e para os médicos, que implicam agravamento das condições de trabalho, sem vislumbre de soluções estruturais para o SNS.
O Governo aplica a mesma receita que o anterior executivo, baseado em incentivos para a recuperação das listas de espera de cirurgia oncológica, atendimento de doentes urgentes, para a medicina geral e familiar, materno infantil e mental.
Optaram por medidas temporárias, vazias em soluções baseadas em incentivos incertos e insuficientes, que implicam o agravamento da deterioração das condições de trabalho, que vão intensificar desigualdades e acentuar a desestruturação das equipas.
Além disso, o Governo convida os médicos do SNS a mais trabalho extraordinário e à precariedade, estimulando a prestação de serviço e trabalho a recibos verdes.
O investimento no SNS e nos seus recursos humanos tem de incluir o pagamento de salários justos a todos os médicos e a criação de condições de trabalho atrativas. Caso contrário, a fuga de médicos especialistas dos quadros do SNS para o privado e para o estrangeiro vai continuar, deixando o SNS depauperado dos médicos que formou.
A FNAM, ao invés de compactuar com o programa eleitoral do Governo, exige respostas estruturais para um SNS em primeiro lugar, público, acessível e de qualidade para toda a população. É emergente uma negociação que inclua soluções para a valorização da profissão médica.