Quantos mais, Sr. Primeiro-ministro?

No Congresso do PS, o Secretário-geral e Primeiro-ministro declarou, como intenção para os próximos tempos, o regresso dos emigrados do tempo da troika. Nada a opor. Os emigrados fazem falta a um país que envelhece e perdeu quadros. Mas António Costa está mal informado pelo seu partido e pelo seu governo. Na saúde contam-se, segundo a imprensa e as Ordens Profissionais, 17.000 profissionais de saúde, médicos e enfermeiros, emigrados nos últimos anos. E o número, que parecia estar a descer, fruto de alguma esperança nesta solução governativa, está, pelos números do primeiro quadrimestre, nos médicos, a registar um novo aumento. Sendo assim para além do incentivo aos emigrados, a urgência maior será travar a continuação da sangria.

Sabendo que os médicos portugueses não têm dificuldade em encontrar trabalho, melhor remunerado e com melhores condições técnicas, em qualquer país europeu desenvolvido, só um investimento no SNS e nos seus profissionais poderá inverter a situação. Até lá, não será possível a António Costa fazer a quadratura do círculo: impedir o aumento da fuga de quadros e fomentar o regresso dos que partiram, nas condições actuais. 

A política não se faz de boas intenções, mas de acções. E as acções tardam. 

Entretanto, na Inglaterra abriu concurso para 2.000 médicos de família. Quantos desses serão portugueses, Sr. Primeiro-ministro? Porque só o Sr. Primeiro-ministro poderá responder.

 

N.Z.

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