Moeda de 2 euros

Ministério da Saúde reduz salários de médicos internos

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A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considera inexplicável a redução dos salários dos médicos internos, exigindo que o Ministério da Saúde aplique corretamente a valorização remuneratória no Internato Médico.

Se, em janeiro, o salário dos médicos internos aumentou 52,11€, devido às medidas de valorização dos trabalhadores em funções públicas (Decreto-Lei n.º 84-F/2022), não se compreende que, em fevereiro, esse valor tenha sofrido uma redução de 2,59€.

Após pedidos de esclarecimento de múltiplos colegas, as Administrações Regionais de Saúde (ARS) escudam-se no cumprimento, aparentemente acrítico, de ordens da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), afastando responsabilidades e remetendo quaisquer explicações para esta entidade. Permanecem, assim, os médicos internos sem qualquer justificação transparente para esta alteração, que não está de acordo com o definido no diploma.

Em particular, no atual momento inflacionário e de grande incerteza económica, quando os médicos internos garantem arduamente o funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) enquanto mantêm as suas responsabilidades formativas, é desrespeitosa esta redução salarial, que, não sendo significativa, é ilegal

Quando é preciso valorizar e atrair médicos para o SNS, esta atitude demonstra uma falta de respeito com os médicos internos, sendo mais um fator a contribuir para os empurrar para o sector privado e para abandonarem o SNS quando forem especialistas.

Por isso, a FNAM enviou uma missiva ao Ministro da Saúde e à ACSS a exigir que seja aplicada corretamente a valorização remuneratória para cada um dos índices do Internato Médico – 73, 90 e 95 – e que aplique a Lei Geral dos Trabalho em Funções Públicas, que proíbe a diminuição da retribuição dos trabalhadores.

A FNAM encontra-se a atenta e a acompanhar esta situação e solidariza-se com os colegas. Iremos continuar a lutar ao lado dos médicos internos, pelo reconhecimento do Internato Médico como primeiro grau da carreira e pela valorização do seu trabalho em prol dos utentes, essencial para o funcionamento do SNS.