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Mantém-se o incumprimento do Ministério da Saúde na abertura dos concursos

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O atual Ministério da Saúde tem vindo a agravar as más práticas no que toca à gestão dos concursos para colocação de médicos nas várias fases da carreira, no Serviço Nacional de Saúde (SNS). 

A Federação Nacional dos Médicos vem denunciar 3 destas graves situações:

1 - O atraso na publicação do Mapa de Vagas para a Escolha da Especialidade (Concurso Internato Médico 2018)

Ao contrário dos últimos 2 anos, em que os prazos estipulados para o Concurso de Ingresso na Formação Especializada foram cumpridos, observa-se agora o incumprimento do prazo definido no Regulamento do Internato Médico para a publicação do Mapa de Vagas, o «último dia do mês de maio» (Portaria n.º 224-B/2015, de 29 de julho).

Até ao momento e apesar de ontem ter sido publicado o Mapa de Capacidades Formativas apuradas pela Ordem dos Médicos, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) ainda não prestou qualquer explicação para este atraso, nem informou os candidatos das consequentes alterações à agenda do processo.

 

2 - O atraso na identificação das vagas carenciadas para 2018

O Decreto-Lei n.º 15/2017, de 27 de janeiro, que estabelece os termos e as condições da atribuição de incentivos à mobilidade geográfica para zonas carenciadas de trabalhadores médicos, estabelecia que «a identificação, por especialidade médica, dos serviços e estabelecimentos de saúde [...] faz-se anualmente, no primeiro trimestre de cada ano, por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da saúde».

Contudo, até ao momento, a definição das vagas carenciadas encontra-se omissa. Recorde-se que os estabelecimentos de saúde ditos carenciados ficam ainda mais susceptíveis na época de verão, com prejuízo na não mobilidade de profissionais médicos. 

 

3 - A abertura de procedimento concursal para os recém-especialistas de 2018-A

Os Gabinetes do Ministério das Finanças e da Saúde admitiram no Despacho n.º 2145-A/2018 que «apesar do esforço que o atual Governo tem desenvolvido no sentido de aumentar as dotações de pessoal médicos nas diversas áreas de especialização, são ainda notórias as carências deste grupo de pessoal, em particular no que respeita a algumas especialidades».

 

Ora os recém-especialistas já viram homologado o seu título de especialista e estão aptos para contratação. Assumida a necessidade de especialistas em determinadas áreas, não se percebe a ausência de abertura de procedimento concursal.

A incerteza sobre o calendário de concursos constitui, lamentavelmente, um forte motivo de saída de jovens médicos do SNS.

A FNAM exige que sejam apuradas responsabilidades pelo atraso na abertura de concursos e a sua abertura imediata.